terça-feira, 8 de julho de 2008

Nódoa nº 2 - conclusão

Tempus fugit!

Tem estado difícil vir aqui despejar más vibrações porque o tempo (ou a falta dele) tem sido implacável.

Por isso, nada como arrumar com alguma rapidez e facilidade mais uma criatura ilustre do século passado (ainda me custa a pensar na mudança de século... deve ser por estar quase tudo na mesma).

A nódoa de hoje, ao tempo que já passou, parece mais uma daquelas manchas que ficam na toalha branca que se costuma pôr na mesa para receber visitas lá em casa (bolas, mas que exemplo mais pequeno-burguês!) e que, apesar de quase ninguém já reparar, nós sabemos que está lá e onde está.

(Regra geral, tento tapar com um prato ou um talher, cirurgicamente colocado na zona afectada).

Bom, falemos da senhora D. Branca e dos fantásticos anos 80: uma década digna de um filme de Quentin Tarantino, senão vejamos: muito dinheiro a passar de mãos, actos terroristas (FP's 25), o apogeu de algumas gajas provocadoras (as Doce), os devaneios sexuais de um arquitecto registados em vhs de fraca qualidade (Arqtº Quebra-Bilhas, perdão, Tomás Taveira), and so on, and so forth...

Bom, em relação a esta modesta senhora, há que culpar o Estado por lhe ter dado o triste destino da cadeia, não obstante uma burla que se estima de 17 Milhões de contos ao Estado Português. E digo isto com apenas uma ligeira ponta de provocação.

Vejamos: a senhora lançou-se num mercado muito restrito, explicando que conseguia fazer o dinheiro das pessoas crescer mais do que nos bancos, sem recorrer a campanhas publicitárias e com poucas letrinhas miúdas. É claro que, principalmente os cidadãos que tinham um pézito de meia e não achavam grande piada às taxas de juro dos bancos, viram aqui uma forma de fazer crescer as poupanças mais depressita... que mal há nisso?!

É claro que, a D. Branca, tal como o sr. Pedro Caldeira, esqueceram-se de explicar como faziam este milagre... mas ainda assim, quem é que hoje se pode gabar de saber com detalhe o que o(s) seu(s) banco(s) lhe anda(m) a fazer?

A diferença é que a D. Branca não usava a letra miudinha a correr no rodapé do ecrã de televisão (talvez por usar óculos)...

E que dizer do filho de um grande senhor da banca provada portuguesa, estou a falar do Mi...enium / B...P, que terá alegadamente desviado largos milhares de euros da instituição do papá?

Exemplos da verdadeira vergonha que é o sistema bancário nacional - que é o que a mim me interessa - são aos pontapés, por isso, consigo encarar com bastante fair-play o que a D. Branca fez: arrecadar dinheiro à conta de gananciosos-com-a-mania-que-são-mais-espertos-que-os-outros!

Por último, não esquecer este detalhe, que nos coloca na vanguarda da informação-espectáculo à escala planetária, num registo quase hollywoodesco:

A D. Branca até teve direito a uma telenovela no canal público do Estado!!!

Roam-se de inveja, Srs. Gonçaves, Srs. Santos Silva e quejandos!


Com a ameaça permanente de regressar, o vosso

J.


















Um comentário:

Anônimo disse...

Com D. Branca branco mais branco não há ;)