segunda-feira, 30 de junho de 2008

Grandes Nódoas do Séc. XX

Agora que já não é necessário continuar a tomar antipiréticos porque a febre do Europeu 2008 já passou, resolvi começar um post-in-progress, dedicado a todo um conjunto de Portugueses que marcaram (e de que maneira!), o nosso séc. XX.

Se quiserem colaborar, lembrando alguns nomes que me possam escapar, agradeço desde já.

A minha ideia é chegar aos 50 nomes, sendo certo que muitos mais há por aí.

Neste post, vou apenas indicar alguns nomes, para posteriormente merecerem uma melhor atenção.

Ora vamos lá, os primeiros treze (para dar sorte!):

- Carlos Cruz (televisão);
- Jorge Nuno Pinto da Costa (desporto);
- Carlos Borrego (governo);
- Vale e Azevedo (desporto);
- Maya (astrologia);
- José Eduardo Moniz (televisão);
- Pedro Caldeira (corretagem);
- D. Branca (banca!);
- Teresa Guilherme (televisão);
- Manuel Sérgio (política);
- D. Manuel Martins (igreja);
- Emplastro (sociedade);
- José Castelo Branco (sociedade);

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A Suiça não nos ganhou só por dois zero...


Aliás, por este andar, em breve vamos começar a perder com a Turquia e, mais tarde, com a Roménia.

Mas que falta de maneiras! Boa tarde, antes de mais nada.

Situação 1: Vinha hoje de manhã, pela Estrada Nacional (o que é nacional é bom), quase a chegar a Setúbal, quando, junto às bombas da BP, fico quase dez minutos parado, à espera que a retro-escavadora faça mais uma pausa no sulco que está a abrir na estrada, para todos nós também podermos ir trabalhar. Eram 8h40 da manhã.

Situação 2: Estava a colocar-me na fila para a pesagem de frutas e legumes no Jumbo de Almada, quando, no exacto instante em que me coloco no meu lugar, uma mulher (senhora seria dizer muito) sorrateira e descaradamente se põe na diagonal da fila, para me passar à frente. Assim, sem espinhas!

Situação 3: Uma criança foi atropelada mortalmente, na passada 6ª feira, à noite, próximo do cruzamento de semáforos de Vendas de Azeitão. Registe-se o facto de a criança ter sido atropelada a escassos 20 metros de distância do referido cruzamento. Ao menos, o assassino imobilizou-se até as autoridades chegarem. Mas é um "ao menos" amargo...

(Tomara já criar um blog para falar sobre sexo...).

Que gente é esta?!


Na Suiça (já perceberam a ideia, não é?...), sempre que há uma intervenção que obrigue a obras públicas que causem natural transtorno aos cidadãos, é realizada uma reunião e contactos prévios com diversos organismos que possam estar potencialmente interessados em participar no processo, dada a oportunidade.

Isto é: Se vamos abrir um buraco para fazer mudança de condutas de gás, talvez a empresa fornecedora de electricidade queira aproveitar para mudar a sua cablagem e outro tanto a empresa fornecedora de água, as telecomunicações, etc. Se uma determinada empresa diz que não precisa de participar na intervenção e mais tarde vai para lá fazer obras é penalizada significativamente pelo Estado!

Os trabalhos são céleres (para causar o mínimo de incómodo ao cidadão-contribuinte) e de um modo geral, respeitam o caderno de encargos e o prazo previamente definido... e em muitos casos são executados por Portugueses!!!

Na Holanda (que poderíamos ter encontrado na final do Europeu), se um automobilista inadvertidamente provoca um choque com um ciclista ou este último atropela um transeunte, entre um pedido de desculpas e até um eventual gracejo pelo disparate da situação, o problema fica resolvido e cada um segue o seu caminho (tal e qual como cá...).

(Não é sempre assim, como é evidente. Mas ainda assim, dá que pensar.).

Um investigador Finlandês, especialista em prevenção rodoviária, disse, há uns anos atrás, num Seminário no nosso país, que os portugueses conduziam "... como ladrões de automóveis."

Mas o que é que ele percebe disso? Vem lá de um país que nem sequer se apurou para o Euro 2008...

Quando é que nos decidimos a mudar? Os Suiços não são melhores que nós. Aliás, não há nenhuma razão evidente para seja quem for, ser melhor que nós!

Nós somos uma das nações mais antigas do Mundo; devíamos ser nós a servir de exemplo, de vanguarda, para os outros nos seguirem. Ao invés disso, entre Fátima, Futebol e Fado e entre Insulto, Ignorância e Intransigência, vamos culpando todos os outros pelo nosso fracasso sistemático e galopante como nação portuguesa e europeia.

É a vida, como dizia o outro...

A culpa é do Governo - um qualquer! Deste do próximo e dos outros todos!

Antes da culpa ser do Governo, era da Ditadura. E antes disso, era da Monarquia.

E no limite, se o outro não tivesse dado um estalo à mãe, não tínhamos passado por isto...

E que tal envergarmos a bandeira de Portugal todos os dias?

Eu sou Português todos os dias e sinto-me português sempre que:

- Sou inteligente na abordagem a uma situação ou na resolução de um problema;

- Uso de urbanidade na relação com o meu interlocutor;

- Sou bom naquilo que faço;

- Sou honesto e trabalhador;

- Sou bem-disposto e brincalhão;

- Etc.;

- Etc.;

E no final da lista, lá bem no finzinho, talvez apareça algo relacionado com futebol e golos e qualificações...

Uma última nota (que estou quase a terminar a hora de almoço): A Selecção alemã descansou menos cinco dias que a nossa, teve paciência, calma, habilidade e muita capacidade de sacrifício... durante 93 minutos! Nós jogámos futebol a sério durante cerca de 55 minutos...

E quem nos dera que esta clivagem só se verificasse no futebol...


Fiquem bem,

J.













segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mais lágrimas que sorrisos

Olá de novo.


A semana passada foi o meu aniversário. Por essa razão, deixei passar alguns dias antes de postar este texto. A verdade é que não me dou particularmente bem com esse dia e há já algum tempo que me ando a convencer que também não lido bem com o aumento da idade, ainda que as duas coisas não tenham uma relação directa muito visível.

Na verdade, o meu dia de aniversário é um dia em que quase me obrigo a estar triste. Talvez porque os últimos anos, exceptuano dois ou três acontecimentos relevantes de ordem pessoal e familiar, o saldo tem sido francamente negativo, em meu entender.

Não me interpretem mal: infelizmente, há vidas bem piores que a minha, a começar pela vida das pessoas que não vivem a sua vida e que se limitam a arrastar o corpo e a alma ao longo dos dias até ao inevitável fim.

Não me queixo disso. Aliás, quem me conheça com alguma profundidade, compreenderá que a forma como tenho vivido e experimentado o que a vida pode oferecer, não pode ser hipócrita ou mal-agradecido...

Queixo-me de sentir que por vezes as coisas não correm bem e que muito da minha energia do ano que findei foi gasta a consumir-me em contrariedades - algumas intencionais - que retiram o prazer (ou pelo menos reduzem-no) do resto.

Há pessoas que acreditam no karma e na sua manifestação "homeostática", procurando produzir regulação e equilíbrio; acção e retribuição.

Começo a pensar que há algum fundo de verdade nisso...

Este texto, como já se percebeu, é para mim: estou a fazer uma catarse na Internet!

Mas agora, vão passar uns bons 300 dias até voltar a fazer a minha avaliação. Espero que na próxima, os sorrisos sejam a maioria.

Tudo de bom é o que vos desejo.

J.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Parabéns

Este é o tipo de post que gostaria que chegasse realmente aos destinatários.

Parabéns a todos os Portugueses emigrados um pouco por toda a Europa que ontem estiveram à espera de ver passar o autocarro da Selecção após o jogo com a Alemanha.

Este é o verdadeiro espírito português! Que sofre, vibra, ri, chora e acredita... que há-de ser da próxima vez. E que não vira costas à luta e a todas as adversidades que transportam sobre os ombros.

Alguém faz ideia da humilhação que se vai abater sobre os nossos compatriotas nos próximos tempos, em especial sobre aqueles que trabalham na Alemanha? As piadas sistemáticas no local de trabalho e nos espaços de convívio, tentando criar a ideia de uma inferioridade lusa cientificamente comprovada, que se manifesta em diversas áreas e também no futebol?...

Porventura pensam que os "estupidamente civilizados" Suíços deixaram passar em claro a vitória sobre a Selecção Portuguesa? Não se esqueçam que estamos a falar de uma populaçãozinha que tem, ao nível da inclusão, a particularidade de defender práticas racistas , segregacionistas sobre os Portugueses e demais estrangeiros, chegando ao cúmulo de os filhos dos nossos compatriotas serem insultados nas escolas, dizendo-lhes que eles devem voltar para a terra deles. Mas a terra deles é aquela...

Basta de perder tempo a falar de gente que não presta para nada.

Parabéns à senhora que respondeu que já estava a pensar no Euro 2010. Parabéns á senhora que disse que "tínhamos vindo recebê-los, agora também tínhamos que acolhê-los na partida".

Parabéns ao senhor que vi hoje no noticiário das 8h da manhã na SIC, proprietário de uma banca de jornais. Aquele é como eu, é Português!

Assumiu a derrota, salientou o que se fez de positivo e de negativo, enalteceu a segunda parte do jogo e, "contra a corrente" hoje colocou ainda mais bandeiras e bonés na sua banca!

Isto é ser português.

Eu ADORO ser Português assim.

Até à próxima.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Antes que comece o Portugal - Alemanha...

(Digam lá que não está mesmo com cara de empreiteiro vigarista?)


Bom dia a todos! Antes que comece o jogo e porque estou com muito pouco tempo, quis só vir aqui dizer que:

DESDE O 1º DIA QUE NÃO GOSTO DO SR. SCOLARI.

Não ponho em causa que saiba treinar, como também não me esqueço que ele teve um dos melhores plantéis de Selecção Nacional que já existiu. Que é como quem diz, para ter dado alguns recitais, este senhor teve que ter quem lhe soubesse carregar e afinar bem o piano.

E pronto. Como diria Gil Vicente: "Não se deve queimar boa cera com tão ruim defunto."

Antes de qualquer eventualidade, já disse o que pensava do cavalheiro.

Até logo e boa sorte, para nós!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Vamos consumir mais combustíveis!



Tenho ouvido (e sentido) muito sobre as questões dos combustíveis e das flutuações do seu preço, impostos, legalidade dos mesmos, especulação versus custo real, etc., etc.

Como a minha pobre cabeça está demasiado ataviada com letras de cantigas da Amy Winehouse (ou será Amy Crackhouse?), os meus neurónios não conseguem depois processar toda esta informação adicional, pouco importante, aliás e que afecta apenas alguns largos milhões de habitantes à escala planetária.

Ainda assim, vou explicar a minha sugestão de aumentarmos significativamente o consumo de combustíveis.

Como sabem, foi ontem apresentado, pela Honda, o primeiro carro movido a hidrogénio - algo perfeitamente impensável há meia dúzia de anos atrás. Aliás, a Honda tem sido uma das empresas mais esforçadas no que diz respeito à criação de veículos híbridos, pelo que esta apresentação só pode ser surpreendente para quem ande mais distraído.

Ah, já agora: sabem que o material poluente produzido por este automóvel é... vapor de água?...

Este, só por si, já me parece ser um bom argumento para aumentarmos o consumo de combustíveis.

Nesta altura, as 1,2 pessoas que possam ter tropeçado sem querer neste blog e neste post estarão a pensar: este tipo deve ser parvo, maluco ou coisa pior.

Deixem-me explicar então a minha lógica.

Desde o início do ano, já se verificaram algumas dezenas de aumentos nos combustíveis.

Presentemente, é assumido por todos (finalmente assumiram!) que o preço do crude está a ser manipulado pela especulação e não existe falta de produção - é a própria OPEP quem o diz.

Para agravar ainda mais o cenário e aumentar ainda mais o lucro (deles), o brent que nos serve de referência a nós, europeus, em termos de preço do barril de petróleo, equiparou-se ao referencial norte-americano, quando historicamente costumava ter uma diferença de cerca de dois dólares.

Como é sabido, a nossa patriótica GALP detém a exclusividade da refinação de petróleo em Portugal, logo de uma forma ou de outra, "arrasta" a concorrência a praticar o seu preço junto do consumidor. Queres refinação pagas! Ou então, gastas esta margem e muito mais, a transportar do exterior combustível já refinado. Simples, não é?

As perspectivas mais alarmistas referem 2015 a 2020 como o momento em que deixará de existir petróleo no planeta (que possa ser extraído). Algumas das análises mais moderadas sugerem a década de (20)50 para esse fenómeno, o que também não é muito tranquilizador.

Qualquer cidadão confirmará que, desde o início do ano, o combustível que paga já aumentou cerca de umas trinta vezes. O mesmo cidadão confirmará que cada descida cirúrgica tem correspondido a uma imediata subida, superior sempre ao valor previamente ajustado para baixo na semana ou quinzena anterior.

Ora, é fácil de perceber que estes senhores da Galp, da BP, da REPSOL, etc., não navegam à vista. Logo, eles têm uma ideia bastante aproximada da escalada de preços até final do ano... ou até mais. E também têm tendência para acompanhar as descidas pontuais nos mercados.

Como toda a gente sabe, há cerca de duas semanas houve uma baixa no preço do petróleo. Logo, ao fim de quinze dias, a mesma deveria reflectir-se no preço dos nossos combustíveis... agora!

Onde é que está a descida? Se a encontrarem, digam-lhe para me telefonar, que estou preocupado com ela.

A minha lógica é esta:

Se consumirmos mais combustível e mais rapidamente, baixamos a margem de lucro das empresas que comercializam petróleo, porque estamos a retirar uma parte do lucro que deriva de terem combustível armazenado, que compraram por um preço, mas que agora nso estão a vender por outro - o preço actual.

Por outro lado, isto obrigará a OPEP a produzir mais petróleo. Daí resulta que as reservas e jazigos vão mais rapidamente aproximar-se do fim.

Logo, mais empresas, como a BP, vão fazer um esforço mais significativo e rápido para criar formas alternativas de energia, porque quando o petróleo se acabar, ou eles estão noutra onda ou secam e morrem.

Não se esqueçam que o GPL é uma boa solução, mais económica do que se imagina, e mais segura do que muitos querem fazer crer. E além disso, se pedirem (sei que muitas têm), é-vos fornecida uma lista com todos os pontos de abastecimento de GPL do país.


Eu sei que é uma lógica um bocado retorcida e, infelizmente, de difícil implementação. Mas hoje apeteceu-me embirrar com eles, o que querem que vos diga?

Como um amigo meu dizia, há uns anos atrás: "Se o Papa apanhasse uma carrada de SIDA, descobriam logo a cura num instante".

Acho que agora já percebo melhor a publicidade da GALP connosco a empurrar o autocarro da selecção, com o slogan: "A Ambição é uma Energia Positiva".

Andamos nós feitos parvos, a empurrar a Galp para eles chegarem onde querem.

Às vezes irrita...


J.

terça-feira, 17 de junho de 2008

"O que é que tens para me dar?"


Em primeiro lugar, deixem-me esclarecer o seguinte: apesar do tempo passar - e de que maneira! - eu sou um jovem aprisionado no corpo de um adulto, mas não vivo em nenhuma caverna! E considero-me minimamente atento ao que se passa à minha volta.

Pronto.

Agora já posso continuar.

O que é que se passa com a afectividade, intimidade, sexualidade, e outras coisas a acabar em "dade", à excepção de vaidade e irresponsabilidade (essas não parecem faltar) dos miúdos até cerca dos 20 anos de idade?

Não me parece que seja o fenómeno Euro 2008, porque imagino que alguns miúdos e miúdas já tenham conseguido dar umas boas cambalhotas a seguir aos jogos da selecção, quando vêm a sair do Parque das Nações com as hormonas e a adrenalina aos pulos.

(Diria mesmo que talvez venhamos a ter uma verdadeira "geração Selecção" daqui a nove meses... e parte dela concebida no estacionamento subterrâneo ou nas casas de banho do C.C. Vasco da Gama...).

Mas tirando o facto de haver honrosas excepções e mesmo assumindo que algumas fedelhas de 15 e 16 anos, enquanto estão a ser comidas contra os azulejos coloridos da casa de banho estejam a balbuciar baixinho: "Cristiano Ronaldo... Cristiano Ronaldo...", o que é facto é que parece haver um manifesto desinteresse e apatia pela descoberta da intimidade e da afectividade.

E digamos que no que toca à sexualidade, já vi cabines no Animatógrafo do Rossio com um ar mais convidativo que certos jovens no contacto com o sexo oposto.

Será que estou assim tão distante da realidade?

Será que esta geração, a quem tudo é dado - principalmente pelos pais -, como se fosse uma espécie de "indemnização compensatória" do tipo: "eu nasci ainda no tempo da ditadura, mas tu , meu filho, vais ter toda a liberdade que eu não pude ter e tudo o que daí decorra", também espera placidamente que a dimensão pessoal e afectiva surja de bandeja?...

Vamos fazer um contraponto, a ver se consigo explicar onde quero chegar.

Quando eu era "puto", ir à discoteca à noite com 18 anos era quase uma aventura, uma espécie de ritual iniciático, que nos distinguia do resto da malta. Existiam vários patamares: a malta que podia andar na rua até à hora de jantar; a malta que podia sair depois da hora de jantar, mas para ir com os pais tomar café; a malta que podia sair depois do jantar e andar na rua até por volta das onze da noite (quando a emissão da RTP estava a aproximar-se do fim e lá vinha depois a bandeira e o hino); e a malta que podia ir à discoteca e estar em casa à meia-noite, meia-noite e meia, no máximo(!!!)

Para atingir este patamar de elevação, era preciso dar a ideia de sermos responsáveis, sem parecermos tótós, já que para saír à noite é preciso tomar algumas cautelas, já que as boas notas da escola ajudavam a conseguir autorização para pôr o pé na discoteca, mas não ensinavam a escapar aos sarilhos.

Esta era a ocasião em que algumas miúdas começavam a pintar-se, para dar um ar mais crescido, e a calçar sapatos de salto alto - alguns roubados às mães ou pedidos emprestados a amigas - já que ainda não haviam muitas crossdressers.

E na discoteca, quem naturalmente dava o primeiro passo para conhecer alguém era o rapaz. Na maior parte das vezes, não o rapaz verdadeiramente interessado, mas sim, o melhor amigo que tinha ido - e conseguido entrar também - na discoteca.

Alguém que tenha nascido no século passado ainda se recorda disto? Algo como: "Olha, o meu amigo acha-te muito gira e gostava de conhecer-te..."

Foi assim à tanto tempo?...

E como é que é hoje?

- "Vou saír."
- "E onde vais?" Responderá a mãe ou o pai, entre duas frases de telenovela ou a marcação de um canto num qualquer jogo obscuro de futebol que só a SportTV transmite para encher o chouriço da emissão.

Provavelmente nem vão obter resposta. Provavelmente, muitos nem se vão importar com isso.

A porta já se fechou e o jovem não assumiu sequer por um instante que a resposta dos pais pudesse ser contrária aos seus interesses.

"Era o que faltava. Eles não mandam em mim. Eu não pedi para nascer.". Lapidar.

Não há qualquer prémio ou incentivo aqui: "Eu saio e pronto. Não interessa se me portei bem ou mal, se sou cuidadoso ou descuidado, se faz ou não sentido. E quanto a dinheiro, não há problema: se não tiver, peço aos "cotas". E se não me derem, tiro."

(É ÓBVIO QUE NEM TODOS OS JOVENS SÃO ASSIM).

Na discoteca ou no bar - a diferença cada vez está mais esbatida - várias opções: vou beber até cair; tomar uns ecstasy ou papar uma miúda? Logo se vê qual é que 'tá na minha onda...

Entretanto, as miúdas também se transformaram um bocadinho. E não vão ficar na expectativa.
Esse passou a ser o papel dos rapazes: que já não ligam a certas subtilezas delas, trocando por vezes o contacto físico pelos shots até ver quem é o último a cair.

-"Olha, és bué da grosso. Queres curtir? Dá.me o teu número.", dirá a menina, cheia de encanto e graça.

Outra variante, quando já se conhecem previamente, passa pelos sms, que em meu entender deviam ter uma sigla e significado diferentes. Deveriam intitular-se smc: substituto mecânico do cérebro.

Vejam só o exemplo desta prosa, digna de Pessoa ou Cícero: "keres kurtir?"

Fabuloso, não é? O que é feito dos peluches e dos postais gigantescos nos aniversários; o que é feito das flores? Do embaraço da conversa de começo de namoro ou da frustração da rejeição? Agora, no dia dos Namorados, levas um sms grátis... e já gozas!


(É CLARO QUE NEM TODOS OS JOVENS ERAM ASSIM, HÁ 20 OU 30 ANOS ATRÁS).


Como dei este exemplo da discoteca, poderia dar outros, inclusivamente do meu local de trabalho (não, não sou professor), já que este parece ser um tipo de comportamento transversal a outras áreas de interesse.

Não peço um retorno ao passado Salazarento e Marcelista que nos tornou ainda mais cinzentos e tristes, mas também não aceito esta "atitudezinha de merda" que mina estes jovens e que parece preocupar todos menos aos próprios. Não me digam que temos que começar a importar filhos dos países de Leste!!! Ou talvez a exportar certos pais para lá...


Para mim, só vejo um aspecto positivo, no que toca à dimensão sexual do problema.

Com as miúdas cada vez mais assanhadas e os putos cada vez mais apáticos, ainda calha qualquer coisa para alguns maduros como eu... valha-nos isso.


J.


quinta-feira, 12 de junho de 2008

De regresso às hostilidades actuais

Agora que já descarreguei os posts antigos, deixando este blog em condições de ír para o caixote do lixo, vou começar a (tentar) postar coisas mais actuais.

É uma promessa.

J.

Safaris... para quê?


14/Nov/2007 10:18

(Será que tenho 5 minutos de sossego para escrever isto?...)

Não, não estou a falar da bebida, apesar do anúncio que dava há uns tempos na televisão até ser algo sugestivo - excepto a parte em que a menina estragava as calças de ganga ao galã com as suas garras... enfim, não se pode ter tudo...


Há uns tempos, numa daquelas conversas de bom tom, em que toda a gente leiloa as suas experiências de férias (digo leiloar porque, a cada lance de destino turístico, logo aperece um itinerário mais exótico, distante ou, presumivelmente, mais dispendioso).


Numa dessas conversas, uma senhora, que trabalha no mesmo local que eu, gabava-se das férias da sua vida: um safari no Quénia!!!


Dizia ela que tinha sido uma aventura fabulosa: ver as feras tão perto de nós, a ponto de se conseguir sentir-lhes o odor ou ver a saliva a correr, e a sensação da adrenalina a subir perante o risco iminente de sermos emboscados por aqueles animais famintos, apenas preocupados com a sobrevivência, era um espectáculo inigualável.


A passagem pelas aldeias Quenianas também havia, de algum modo, deixado marcas nesta colega: a miséria, a falta de recursos, de higiene, de cuidados mais elementares, as pessoas mal vestidas, os pedintes, enfim, uma panóplia de misérias que a nossa heroína havia insistido em testemunhar, apesar de não fazer parte do programa turístico previamente definido.


Com o mau feitio genético que tenho, consegui como é meu hábito, ser rude, mal-educado e impertinente de uma vez só e disse, em tom de interrogação e desafio à colega:


E para ver isso tudo foi preciso gastar uma pipa de massa, apanhar não sei quantas vacinas e viajar milhares de quilómetros?


E o Inferno aqui tão perto...

Diria que o meu local de trabalho acaba por ser uma excelente opção de férias, já que congrega, a baixo custo (pelo menos, economicamente falando) todos os desafios e emoções de um Safari num qualquer canto remoto do mundo e com a vantagem adicional de se poder circular a pé!

Duvidam? Então, acompanhem-me:

Membros de gangs - assumidos ou não -, indivíduos ligados à marginalidade da mais diversa natureza, alguns apenas direi que a higiene não está no top ten das suas preocupações (talvez nem no top twenty...), outros salivam quando veem uma rapariga passar; outros aparecem com uma indumentária digna de um arrumador de carros no ponto mais baixo da sua subsistência ocupacional e, quanto a emboscadas estamos conversados: não são poucos os jovens vítimas de agressões ou assaltos mal saem das nossas instalações!


E deixo-vos ainda uma vantagem adicional: este Safari não tem programa definido milimetricamente... vai-se alterando a cada minuto e dura todo o ano!


Não vendemos postais, mas vamos recolhendo alguns artefactos dignos de interesse; o senhor turista faça o favor de vir até cá dar uma olhadela... sem compromisso.


Deixo-vos um desafio, se realmente procuram emoções fortes: se olharem com atenção em vosso redor, verão que de há uns anos a esta parte, o que há mais por aí são safaris... agora escolham o vosso... e carreguem a espingarda.

Beijos e abraços do vosso

J.

Feliz Ano Novo? Mas "Feliz" porquê?!

14/Jan/2008 10:11

Prefiro antes dizer aos meus amigos "Que o novo ano te traga tudo o que desejas"; aos que não são meus amigos fico-me por um "Que o novo ano te traga tudo aquilo que MERECES...".

Este ano (passado) fiz greve ao envio de sms e mensagenzinhas de feliz ano novo. Não vejo nenhuma razão evidentente para terminar / começar um ano a fazer a felicidade da TMN ou dos seus accionistas, que de resto, nem conheço de lado nenhum...

Em vez disso, a par e passo, vou cumprimentando aqueles que REALMENTE me dizem alguma coisa à medida que os vou encontrando: é personalizado e é genuíno.

Além disso, este 2008 ainda está aí para durar muito tempo por isso, oportunidades não vão faltar e, como já deu para perceber, vamos precisar de todos os votos de felicidades e de boa sorte que pudermos recolher!

"Feliz Ano Novo"... mas ainda há alguém que acredita verdadeiramente na intenção deste desejo ou, melhor ainda, nos seus efeitos benéficos?

Para já, esclareçam-me: o que é que mudou assim tão significativamente entre as 23:59:59 de 31/12/2007 e, por exemplo, as 8:00:00 de 1/01/2008?

Eu respondo: Um dia desgraçado para as urgências hospitalares, com a habitual quantidade de bêbados e comatosos (derivados do alcool) que entopem os serviços; as más notícias para muitas famílias que ficam entretanto a saber que têm familiares seus no hospital ou, pior ainda, na morgue, graças aos acidentes do costume; a felicidade (contida) da esmagadora maioria dos sectores de actividade do país, que se preparam para fazer incidir aumentos em bens e serviços; o sentimento de angústia por me encontrar na véspera de regressar ao serviço, enfim... tante cose...

Ainda bem que só hoje tive tempo de escrever isto... imaginem se calho a tentar no dia 2/1... tinham que colocar um selo com o símbolo da radioactividade no meu diário!

(Mas quem é que eu quero enganar? Isto é um desabafo meu para comigo: é óbvio que ninguyém lê isto...).

Um abraço, com votos de que façam por merecer um bom ano,

J.

Se cruzar o caminho de um gato preto...


28/Jan/2008 10:03

... o azar será, seguramente, todo dele!

Acho que estou com espírito de 2ª feira...

Estava aqui a pensar que estas duas últimas semanas de serviço têm sido particularmente trabalhosas (ía a dizer difíceis) e em alguns dias parece ficar a ideia de uma aura negativa que me persegue desde que me levanto até que me deito.

Nessas alturas, em que há contrariedades de todos os tamanhos e feitios, as coisas parecem ter uma lógica para sucederem, fazendo o dia ir de mal a pior.

É o que eu chamo de dia de azar: Deus existe, Deus conhece-me...

... e Deus detesta-me!

Mas não, não é verdade: é tudo uma questão de fazer um esforço adicional e rasgar, a muito custo, um sorriso. Se o conseguir fazer, as coisas demorarão bem mais tempo a correr mal.

Quem trabalha com pessoas como eu trabalho (bem, alguns, só depois de me apresentarem provas irrefutáveis é que acredito que são mesmo seres humanos...), não pode deixar-se levar pelo acaso e por em causa a sua forma de trabalhar.

Talvez eu hoje esteja a tentar motivar-me, já que antecipo um dia complicado mas, a realidade é esta: tenho que passar por cima desta "aura nergativa" e fazer o meu trabalho o melhor possível.

Vou pensar positivo: vou pensar na quantidade de mulheres bonitas que vou ver hoje!

Vou pensar que seria bem pior estar em casa sem fazer nada (bem... e daí...).

Vou antes pensar aquilo que normalmente digo nos dias "bons":

" Todos os dias há uma surpresa à espera de ser descoberta..." (Agradável, não é?)

E vou pensar que alguém, algures acaba por ler isto e que vê alguma utilidade neste desabafo.

Quem sabe? Até pode ser alguma mulher incrivelmente bonita, fantástica, interessante e rica...

Não sei se já vos disse o meu número de telemóvel: é o 9...

Tenham uma boa semana!

J.

Tanta gente conhecida! E desconhecida também...

7/Fev/2008 10:09

Não, não estou a tomar ácidos nem nada que se pareça: a frase (pelo menos para mim) faz mais sentido do que parece.

O que se passa é que, volta e meia, quando tenho dez minutos de tempo - o que é mais raro do que parece! - venho dar uma volta pelas fotos das pessoas que entretanto estão associadas ao meu perfil (isso do "amigos" tem muito que se lhe diga...) e, por curiosidade, vou clicando nas pessoas que eles vão adicionando, a ver se surge alguém que eu conheça também.

E depois de vários cliques e alguma paciência (a minha ligação à net é jurássica!) chego à conclusão de que, mesmo os que pensava conhecer, aparecem aqui por vezes como perfeitos desconhecidos!

Realmente a Internet é um verdadeiro Carnaval de Veneza que dura todo o ano: muitas máscaras, muito brilho - por vezes a disfarçar miséria - e decorre por vezes sobre águas um pouco turvas, nada transparentes...

Mas em verdade vos digo (será que alguém lê isto sequer? Acho que não...), que as pessoas que se "mascaram", que se transfiguram aqui é que estão certas e eu estou errado!

Só por um exercício de grande ingenuidade é que se pode imaginar que alguém num site destes, abre o jogo e mostra-se totalmente como é.

Pelo contrário, penso que uma forma de jogar este jogo (com algumas cautelas, claro) e com algum bom senso, é posicionarmo-nos do lado de lá do espelho e ler a maior parte das ,mensagens ao contrário!

Onde se lê "casado" ou "relação estável" poderá ler-se "disponível", "interessado(a)" ou "curioso";

Onde se lê "Sou muito independente", provavelmente também se consegue ler "procuro alguém que saiba estar comigo" ou "preciso de alguém que goste de mim";

Ou ainda, onde se lê "amiga(o) do meu amigo(a)", é possível também se poder acrescentar "...desde que não dê muito trabalho ou me prejudique" ou também "preciso que gostem de mim e que acreditem que sou boa pessoa" ou finalmente "please, descubram-me!".

Enfim, lá se foram os dez minutos a destilar veneno...



Beijos e abraços (consoante os casos) do vosso (salvo seja!)



J.

Dia dos namorados? So what?


(8/Fev/2008 14:33)

Ok, estamos lá quase, no Dia de S. Valentim... e daí?

Não, não estou armado em casmurro e por mim tudo bem, façam lá o diazito, mas... será que ele é assim tão importante para as pessoas que gostam realmente de gostar de alguém?

Percam lá 30 segundos e pensem comigo nos malefícios desse dia para dois grupos significativos de pessoas - os que não namoram e os tesos.

No caso dos primeiros, imagino que sintam nesse dia um desejo estranho e quase incontrolável de comprar uma metralhadora e começarem aos tiros a tudo o que se desloque aos pares (excpeto polícia). E não é para menos!

Porque razão devem essas pessoas sentir-se excluídas do Universo por não namorarem com alguém nesse dia? Pior ainda: já imaginaram o que é querer deixar de namorar nesse dia?

E os tesos (financeiramente falando)? Não ter dinheiro para comprar as proverbiais rosas (ou geribérias, que são mais baratas) ou um postalinho, com o ursinho, apertadinho ao coraçãozinho, todo fofinho (bléarrgh!). Com que cara é que se chega ao pé da namorada de mãos a abanar?

Já sei o que vão dizer: o que conta é a intenção e o dinheiro não traz a felicidade. Sim, sim. Mas prefiro chorar dentro de um Porsche a chorar dentro de um Opel!

Vamos todos juntos banir este dia! A bem da democratização da população mundial que não-está-nem-aí para namoros ou não tem como os suportar financeiramente.

Afinal de contas, o que vale não são as lágrimas derramadas no dia do enterro, mas sim os sorrisos partilhados em vida; esses é que contam para valorizar o amor e respeito ao defunto...

Pelo menos, é o que eu acho!

Por embirração ao dia, já perceberam que não vou postar nada aqui no dia 14-02... certo?

Sejam muito felizes à mesma, nesse e nos outros dias todos... namorados, sózinhos ou tesos!

Beijos e abraços,

J.

Os Cavalheiros do Apocalipse

Este e mais uma série de posts encontravam-se inicialmente Naquele Cujo Nome Não Devo Dizer (ok, pronto: Hi5!) e que agora resolvi trasladar para aqui.




Olá petizada!

Se por acaso fazem parte da meia dúzia de pessoas a quem não falei ainda das maravilhas deste grupo de jovens, no que ao bom humor diz respeito...

Pois bem... o vosso calvário chegou ao fim: esqueçam o humor dos Gatos Fedorentos (que em certa medida são um decalque português dos Monty Phyton) e abracem um humor actual e irreverente, made in Portugal e portuguese-related (esta deu estilo não deu? portuguese-related... enfim).

Aqui fica o link e, se procurarem os videos no Youtube ou no sapo, também os encontrarão por lá:

http://cavalheirosdoapocalipse.blogs.sapo.pt/

A minha sugestão: "Gandas Oportunidades" e "Encerramento de Bordéis".

Vão lá dar uma espreitadela, vá. Vão lá que eu espero.

Tudo de bom,

J.

Ora toma e embrulha, hi5!


No início era o Verbo.

E neste caso, foi o verbo "mandar".

Mandar o hi5! dar uma volta!

Pelo menos naquilo que mais me interessava naquele site, que era poder escrever um diário para os meus amigos e não só.

Cada um tem os seus motivos para criar um blog, certo? (Esta é a parte em que respondem "sim").

No meu caso, o motivo, como podem ver, foi bastante simples: quero poder escrever sem estar sempre a levar com o 404 cada vez que tento.

(O 404 não é nenhum verdugo: é tão só o código de erro de página que me diz que sou um tanso por tentar aceder a uma página que não existe...).

No entanto, até um passado recente consegui colocar comentários. Aliás, vou trasladá-los para aqui; por isso ainda mais estranho foi o facto de deixar de poder postar.

Bom, mas isso agora não interessa nada! O que é facto é que o hi5 não passa de um conto de fadas em tamanho gigante, com várias centenas de milhar de amigos... amigos?!

Não me lixem. Ou o conceito de amizade mudou muito, ou dá-me a impressão que é mais fácil conhecer uma miúda para beber uns copos num bar do que encontrar uma amizade que dê sentido à minha pachorrenta existência!

Aliás, não fazia ideia que alguns amigos se mostravam uns aos outros com fotos dos pirilaus!

Do tipo: "Olá Amigo Hipólito! Que pinta encontrar-te aqui no hi5. Aos anos que não comunicávamos! Como está a tua familia, os teus miúdos, está tudo bem? E a Paula, a tua esposa e minha colega da Escola Primária? Olha, cumprimentos para vocês todos e, deixo-te aqui umas fotos da minha picha circuncisada de 23 cm para mostrares aí ao pessoal de casa!

Lindo.

Não me compreendam mal: compreendo que a Internet e sites como o hi5!, Multiply, Tagged, etc., cumprem uma função social relativamente importante, que talvez tenha melhorado uma certa qualidade de vida emocional de pessoas com maior ou menor dificuldade de relacionamento, pelas mais diversas razões.

Mas, em verdade vos digo (ena, parece tirada da Biblia!) que me parece que os aspectos negativos são presentemente francamente superiores aos positivos. Penso que o hi5! original abria janelas de contacto. O "actual" Hi5! - francamente vocacionada para a aparência, para o culto sem limites das "pessoas bonitas", veio exactamente prejudicar aqueles que mais necessidade tinham - e têm - de fazer valer a palavra sobre a aparência.

Será que foi por isso que já não consigo fazer comentários no Hi5 que o idiota do site dá-me erro?

Apesar de pensar que não seja o caso - já que do alto da minha imbecilidade e insignificância, não tenho qualquer peso para um gigante da comunicação como é o dito site, mas não me surpreenderia que cada vez mais se caminhasse para a extinção da comunicação textual - enquanto motor de ideias e sentimentos.

De resto, basta ver que tipo de widgets predominam no site...

Bom, já disse o que tinha a dizer. E se o site encerrar, depois não digam que não vos avisei!


J.