quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Era impossível falhar esta!






Comecemos pelo fundamental:

Peço desculpa a todas as pessoas que, por um instinto de curiosidade mórbida vieram dar uma espreitadela a este blog.

E peço desculpa por dois motivos: Em primeiro lugar, porque provavelmente estavam a contar encontrar um chorrilho de palavrões, à media de 5 por cada frase e, até agora, estou muito longe dessa meta.

Isto não é o site do sr. Fernando Rocha. Quem manda nesta merda deste blog sou eu e eu é que sei quando é que quero largar umas porras ou não.

(Estão a ver o que é que já me obrigaram a fazer?...)

Por outro lado, tenho estado assoberbado de trabalho, pelo que não tenho tido tempo à hora de almoço, para estar aqui a despejar carga negativa na Internet.

Celebrada que está a homilia, vamos lá ao que interessa.


Como se já não bastassem os "Morangos com Açucar" e o "Rebelde Way", a televisão portuguesa, cada vez mais pioneira na concepção de paradigmas do mau gosto e da destruição progressiva de neurónios dos portugueses, resolveu brindar-nos pela mão (coberta com uma luva de proctologista... sabem o que é, são aqueles médicos que... pronto, ok, sabem...) da SIC com um novo programa "infantil" com o nome singelo - como também é singela a sua apresentadora - de Lucy.

No início não fiz caso.

Lembrei-me imediatamente das aulas de Antropologia, de que recordo vagamente uma alusão a uma caveira de australopiteco (?) a quem havia sido dado este nome e que, da vaga memória que tenho sobre o assunto, teria posto em causa uma determinada lógica cronológica da evolução dos hominídeos... penso que era isto.

Mas, a inexorável verdade acabou por me entrar pelos olhos adentro, há coisa de umas poucas semanas atrás.

A Lucy afinal é a "menina" Luciana Abreu!!!

Para quem possa ter vivido a última década escondido numa caverna, alimentando-se de comida vegan e lendo única e exclusivamente o Jornal de Letras, eu passo a explicar quem é esta criaturinha.

Esta mocinha apareceu há uns anitos atrás (teria os seus 15, 16 anos), numa terreola qualquer, em palco a cantar uma musiquinha num programa da SIC chamado "cantigas da rua" - quando a SIC ainda pensava que a aquisição do José Figueiras à RTP tinha sido um bom negócio...

Off-topic: O tipo era um perfeito idiota petulante quando estava na RTP; ficou pior quando foi para a SIC; hoje é um funcionário amargurado e desiludido com a SIC e arrasta-se a fazer "restos" de programas... e como todos nós sabemos, restos não são uma boa alimentação.

Mais tarde, acharam que a rapariga tinha potencial, já que conseguia passar aquela imagem de boazinha-coitadinha-"é a vida"-"cá vamos andando"-"graças a Deus"-adoro crianças, muito pobrezinha mas honrada, chapa 4, produções Tóbis Portuguesa do tempo do Antigo Regime e resolveram transformá-la na actriz principal da telenovela infantil (outra boa trampa!) "Floribela".

A menina era dócial, gostava de crianças e animais, falava com árvores e nunca baixou as quecas ao longo da série - bendita a castidade!

Nesse aspecto, a SIC está de parabéns: conseguiu um share de audiência impressionante quando, no final da telenovela, ao vivo e a cores, perante uma multidão estérica, transmitiu o beijo na boca entre a "Floribela" e o "Frederico".

Com ou sem "subprime", às vezes até espanta como é que isto ainda não vai pior por cá...

A seguir à telenovela, a Floribela continuou a produzir bons resultados de merchandising, mas via-se que o amor da rapariga pelas criancinhas se ía desvanecendo... em Setúbal, numa das suas aparições para autógrafos, a boa da Floribela - que além de falar com árvores também sabe ver as horas - deixou uma multidão de crianças penduradas sem sequer chegarem perto; crianças e papás que estiveram longo tempo a aguardar na fila, mas... 1 hora de autógrafos são 60 minutos e a amiga das crianças tinha mais o que fazer...

Eu, que sou de compreensão lenta e mesquinho, chamos a isto má organização e gestão de expectativas, crueldade e oportunismo.

Mas isso sou eu...

Entretanto, a saga da nossa heroína levou-a a tornar-se amiga de outro grupo etário e a canalizar a sua energia para áreas onde a boca a abrir para dizer coisas era absolutamente superflua.

Traduzido para português, deixou de entreter as crianças na televisão e passou a entreter os pais nas revistas masculinas!

Entretanto fez uma operaçãozinha ao peito, já que os atributos da jovem passavam pelos sapatos ténis na "Floribela", mas os papás direccionam a sua atenção para outro tipo de áreas e texturas.

E quando finalmente parecíamos libertos desta mocinha muuuuuuuito talentosa, eis que surge Lucy.

Nem os maiores filósofos e epistemólogos contemporâneos conseguiriam de forma tão evidente expressar o axioma "tese - antítese - síntese".

Quando falo de síntese, não estou só a falar da saia curta a contrastar com as botas compridas: estou a falar de um programa que agrada(?) a todos, excepto às mamãs inseguras ou ciumentas lá de casa.

A nossa Luciana Abreu aparece vestida como se tivesse saído da figuração de um filme rodado num bar de Alterne e acreditem que os dialogos e o ritmo do programa ainda realçam características piores: o programa não tem ritmo nem entusiasmo, acomeçar pelos coitados dos garotos que ali estavam no cenário e deviam ser pagos a peso de ouro.

Pontualmente, o co-apresentador lá tem um momento um pouco mais interessante, com pequenas experiências que podem ser feitas em casa pelos cachopos, ams também ele faz parte de um programa apagadíssimo de entusiasmo.

O ponto alto são os momentos em qua a Lucy canta: as letras, fracas e desajustadas a miúdos daquela idade permitem aos pais cortar o som e ver a Luciana a tentar andar lenta e lânguidamente de um lado para o outro, tentando que não se repare que não se dá muito bem com saltos altos...

É triste que num país como o nosso, com todo o déficit de Cidadania que tem, as televisões façam uma campanha terrorista deste género aos pais que pouco tempo têm para estar com os filhos e defendê-los deste lixo sociocultural. É um combate desigual.

Aconselho-vos a verem 5 minutos disto para verem onde quero chegar.

E nem queiram saber o que penso dos Morangos e do Rebelde Way: gastava a Internet toda a escrever sobre isso e depois não ficava espaço para os blogues de clubes de fãs da Lucy...

Post-scriptum: Qualquer maduro malandro como eu gosta de "ver" a Lucy... mas como dizia um senhor que é dono de uma taberna em ... "Para beber um copo de leite não vou agora comprar a vaca!".

E da´-me impressão que este leite da SIC é um bocadinho a dar para o tóxico...

Até breve e fiquem bem.

J.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Fujam! É Agosto no Litoral Alentejano!

Eu sei que estamos em meados de Setembro e que muitos de vocês já começaram a ver o bronzeado desaparecer a cada banhoca de água potável que tomam, mas entendi que este blogue também pode fazer "serviço público" (o que quer que isso seja...).

Se tudo correr bem, este devrá ser o último ano em que, por motivos profissionais e olimpica insensibilidade e tacanhez dos equipamentos de infância deste país, terei que gozar a quase totalidade das férias no mês de Agosto.

E se alguns de vós são obrigados a escolher esse mês e detestam-no tanto como eu, então a mensagem de hoje é para vocês:

NÃO GOZEM FÉRIAS DE VERÃO EM VILA NOVA DE MILFONTES!

(Até vou pôr a negrito...)

NÃO GOZEM FÉRIAS DE VERÃO EM VILA NOVA DE MILFONTES!

Antes de continuar, deixem-me dizer-vos que, por diversos motivos - uns mais pertinentes e válidos que outros, ma sinegociáveis - eu vou todos os anos a V.N.M. e em várias ocasiões. Aliás, penso que posso dizer que, à razão de quase um fim de semana por mês.

Como destino de Outono e Inverno, para repouso e caminhadas de mãos dadas, com os miúdos e o cão a correr em liberdade, é óptimo e aconselho-vos vivamente.

No início da Primavera, também.

Em Julho, na segunda quinzena, já rasa o intolerável.

Em Agosto é de fugir.

Se a(o) cara(o) e paciente leitor(a) se inscrever num dos perfis que em seguida descrevo, então este texto não é para si.

(Aliás, se o vosso perfil for um destes, ainda estarão a soletrar a segunda palavra deste texto...).


Aqui vai:

Perfil nº 1

Adulto entre os 30 e os 50 anos;
Fraca a mediana habilitação escolar;
Maior número é proveniente da zona Norte do País, em especial, da área metropolitana do Porto;
Gosta de copos, principalmente cerveja (no caso das criaturas do sexo feminino, caipiroska (ou será antes: "cai, pirosa?...);
Gosta de arrotar em público, dizer palavrões em voz alta e às vezes cantar no meio da rua ("urrar" é mais o termo) a altas horas da noite;
Que diz que os políticos são todos corruptos e tudo o que de mau acontece no país é exclusivamente culpa dos outros (quem são os outros?);
Que os polícias e a guarda só servem para chatear a malta;
Que gosta de cuspir para o chão;
Que costuma largar o copo de plástico 1/4 cheio junto às portas das habitações por onde vai passando no regresso ao apartamento, após mais uma sinfonia de copos;
Que estaciona em qualquer lugar;
Que todo o lixo que fizer, irá ficar onde a besta estiver abancada.


Perfil nº 2

Jovem entre os 15 e os 25 anos;
Principais proveniências: a anteriormente referida para o perfil nº 1, apesar da maior proveniência ser dos meios suburbanos da área metropilitana da Grande Lisboa - Costa da Caparica, Almada, Baixa da Banheira (alguns poucos, do bairro do Vale da Amoreira), Setúbal (alguns poucos, dos bairros da Bela Vista e do Viso), Chelas, Loures, e outras áreas limitrofes;
Os pais, para se livrarem deste entulho humano, pagam-lhes a deslocação e mais uns euros para alimentação e estadia, sendo que a maior parte deles (talvez uns 90%) fica num dos dois parques de campismo e poupa na alimentação para se enfrascar todas as noites e comprar tabaco;
Nível de escolaridade: fraco a mediano em relação à idade;
Habitualmente, surgem em varas (5 a 8 indivíduos, no caso das bestas provenientes do Norte) e, 2 a 4 criaturas no caso das bestas do Sul);
As bestas do sexo femino, são maioritariamente provenientes do Norte e acompanham os machos;
No caso das bestas femininas do Sul, é mais frequente virem 2 a 4 e, viajam sem machos;
Fazem lixo por todo o sítio onde passam, principalmente à noite;
Também deixam copos nos parapeitos das janelas e algumas das bestas - normalmente, masculinas - partem garrafas contra o asfalto das ruas;
Gostam de gritar a altas horas da noite, principalmente temas de claques de futebol;
No caso das bestas femininas, cantam canções pimba e em presença de machos, grunhem palavrões avulsos, convites obscenos ou deturpam letras de canções conhecidas, tornando-as brejeiras;
Uns e outros, como se depreende pelo atrás exposto, fazem um consumo mínimo indispensável de bens e/ ou serviços, à excepção dos carregamentos de dinheiro nos telemóveis, que todos transportam para toda a parte;
Dos cerca de 10% que ficam em casas alugadas, uns 5% sobrelotam as mesmas, enganando os proprietários e, em larga medida (mas já foi pior) ao partir, deixam as habitações em acentuado estado de imundice, na maior parte das vezes propositada, para além de alguns danos pontuais a armários, portas, utensílios domésticos, etc.;
A esmagadora maioria vem em transporte público colectivo, sendo evidente que as bestas nortenhas trazem viatura própria;
Cerca de 80% dos que poluem V.N.M. em Agosto, dirigem-se ao festival do Sudoeste, o que dá 3 a 4 dias de algum repouso aos veraneantes e residentes.

Perfil nº 3

Possui apenas algumas nuances em relação ao perfil nº 2;
90% são provenientes da Margem Sul do Tejo;
Vestem-se como arrumadores de carros e veem-se pouco durante o dia, já que esse é o periodo que aproveitam para as ressacas de álcool e "ganzas" (haxixe, na maior parte);
Como se ficam rapidamente nojentos (1banho = 15 dias) e gostam de estar esparramados no chão, com facilidade podem ser inadvertidamente pisados;
A maior parte diz-se "revolucionária" e simpatizante do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português e envergam t-shirts de um gajo com boina e barba, que não sabem bem quem é nem o que fez (principalmente antes de ser revolucionário, a quem chamam de "Che".
Gostam de se enfrascar à garrafa (cerveja de litro, moscatel de Setúbal ou vinho do Porto) e vão deixando o vasilhame por onde passam;
Não são muito de berrar ou ladrar fora de horas (deve ser da moca...);
Há ainda uma sub-espécie que gosta de ajavardar as paredes das habitalções com riscos grafitados ("tags"), mas felizmente ainda não são muitos.
Preferem as tascas e os cafés aos bares e discotecas dos grunhos do perfil nº 2;
Vão raríssimas vezes à praia, por isso, ao fim de um mês estão em tom branco-sujo;
Abalam no fim de Agosto por causa da Festa do Avante!

Perfil nº 4

Jovens no final da adolescência e até aos 20 anos (aprox.);
Provenientes de familias de classe média/ média-alta, cujos pais não estão para os aturar, já que querem ir de férias descansados e pagam-lhes as férias, habitualmente com a cedência de viatura própria e alojamento ou atribuição de verba para alojamento;
Tem o mesmo comportamento irracional que os demais, à excepção do consumo de drogas (que é raro);
Além dos disturbios já assinalados, estas mini-bestas provocam alguns estragos, designadamente em viaturas, com o mero intuito de vandalização;
Frequentemente são vistos aos pares (bestas-macho ou bestas-femea) e quando em grupos de 5 ou 6 elementos (geralmente familiares ou amigos) aí sim, misturam-se os géneros.

Penso que a generalidade dos energumenos que entende não só não gozar férias de forma civilizada como estragar ou perturbar as férias de pessoas se integram num destes perfis.

Por isso, dependendo do local onde se encontrarem, existirá uma forte probabilidade de serem incomodados por estes selvagens que aproveitam as férias para cometer de forma impune os mais variados excessos.

É claro que isto diz muito do tipo de pais que geram e gerem estes inúteis: trata-se de gentinha que faz com os filhos aquilo que procura fazer com tudo o resto: demite-se da responsabilidade ou paga para não se chatear, deixando a outros a tarefa que lhes compete enquanto pais ou cidadãos.

É caso para dizer que estas maçãs não caem de facto longe da árvore...

Mas o que dizer das forças da autoridade?...

Asseguro-vos que são um dos exemplos mais tristes e degradantes de uma Corporaçao que respeito, chamada Guarda Nacional Republicana.

Estes tristes, parolos elementos que envergam a farda da Guarda tudo farão que esteja ao seu alcance para nada fazer no que diz respeito ao cumprimento da lei.

Eis alguns exemplos concretos:

- Dois jipes estacionados perpendicularmente face à via, próximos do acesso de escada à chamada praia do farol, com as rodas dianteiras sobres um manto de chorões e de duna. Como é sabido, a lei proíbe este tipo de situação de duas formas:

1ª - O veículo encontra-se estacionado em local proibido e em posição incorrecta;
2ª - O veículo encontra-se sobre uma superficie dunar.

Encontrava-se na ocasião, um elemento da GNR a escassos 15 metros do local, a passear, tendo previamente passado mesmo em frente destas viaturas. Não autuou, não chamou reboque... não nada!

As supostas patrulhas da GNR circulam todas as noites de jipe, à mesma hora e, no máximo fazem a ronda apenas duas vezes por noite e á hora de menor incidência de disturbios, sendo que a ronda obrigatória permite-nos acertar o relógio: chega junto ao posto da GNR às 2h05 da manhã. E caso os senhores estejam para aí voltados, farão uma segunda ronda uma hora depois, exactamente.

A maior parte das bestas começa a circular entre bares e discoteca por volta das 4h da manhã.

Várias queixas têm sido apresentadas por moradores e não só, sem que daí nada tenha resultado.

No meu caso concreto, apresentei há uns anos atrás uma queixa sobre um determinado bar e o seu ruído e o espectáculo degradante que resultava da saída dos clientes.

O dono desse estabelecimento mudou o ramo de actividade. Damo-nos bem. Acho que ele ganha mais dinheiro agrora e o problema resolveu-se. Mas acreditem que é absolutamente excepcional.

Aliás, a falta de profisssionalismo e de má vontade é tal, que numa dessas ocasiões, ao ligar para o posto, a vozinha do funcionário respondeu-me que não havia ninguém com quem eu pudesse falar porque ele estava ali sozinho!!!

No entanto, os senhores da Guarda (senhores e senhoras e, pior ainda, miúdos e miúdas!!!) têm esperteza e genica para outras coisas...

Desde que o posto se fixou em V.N.M. e passou a existir alojamento para os funcionários e suas familias que os senhores entenderam que já não tinham que se ralar muito com o respeito e segurança dos cidadãos.

Trataram antes de fazer pela vidinha, passar meio ano em férias e sacar umas massas com o contrabando. Aliás, há uns bons anos atrás, no decurso de uma investigação criminal, foram todos indiciados por crimes... há excepção de um único!

(Às tantas foi o tipo que ficou sozinho no posto a atender o telefone...)

Por último, que isto já vai muito extenso, recomendar-vos que nunca almocem num restaurante que fica na estrada nacional quando se vai para Algezur, perto do desvio para a paraia do Rogil.

O restaurante chama-se "Bexia" ou qualquer coisa do género, com cinco letras, sendo certo que uma delas é um "x".

São enganados como turistas, as doses são mal servidas, o atendimento é demorado e pagam caro. E para obterem a factura a que têm direito, tem que ser com alguma insistência.

Logo que tenha tempo, irei denunciar o estabelecimento à ASAE (não estou a brincar).

E mesmo mesmo para acabar: resolvi passar uma noite num parque de campismo - algo que já não fazia há muito tempo. Pedi uma tenda emprestada ao meu sobrinho (que é um puto porreiro).

Chegados ao local, o puto porreiro esqueceu-se de me mandar a cobertura da tenda!!!

Fui obrigado a fazer cerca de 150 km para conseguir comprar uma tenda "iglo" de 4 lugares!!!

Fui a Algezur, nada. Fui a Odeceixe, nada. Fui a São Teotónio, nada. Tive que voltar a V.N.M. e só encontrei o que queria numa loja de chineses!

Ah, o parque de campismo para onde fui fica antes de se chegar a Algezur, é de 4 estrelas, muito bonito, organizado e funcional. Tem apenas um senão: a Piscina e o Campo de Ténis são pagos á parte, de acordo com a utilização. De resto, tem um pequeno bar, supermercado aberto até às 21h, restaurante self-service, uma pequena pizzaria(!) com possibilidade de levar para a tenda as pizzas (um "take-away" campista) e um corredor com mesas de esplanada voltadas para um rectângulo relvado.

Ao menos que se slave alguma coisa neste post, não é?

Ah... é verdade: este parque de Campismo não é em Milfontes...


J.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Leiam...


A poucos (mas longos) dias de entrar de férias, eis que sinto uma necessidade incrível de vir aqui postar mais um texto, antes de entrar na minha fase de letargia profissional.

Mas era impossível não o fazer. E por várias razões.

O Sr. Gonçalo Amaral representa para mim, uma maneira de ser e de estar que já não estou habituado a encontrar e, enquanto Português não posso deixar de lhe prestar uma humilde homenagem, manifestando-lhe apreço pelo que fez e solidariedade para aquilo por que vai passar.

É CLARO que comprei o livro. Mesmo que não tivesse qualquer curiosidade em o ler - o que não é o caso -, ainda assim acabaria sempre por comprar, sentindo-o como um pequeno contributo para a causa deste homem, que entendeu que não iria admitir que o humilhassem na sua dignidade pessoal e profissional.

Ao contrário de tantos outros, que são empurrados para aposentações de luxo, vendo premiada a sua grosseira incompetência ou conivência com certas práticas, este Homem - que não tem nenhuma necessidade de "comprar" esta guerra com o "Casal Maravilha" -, resolveu, dentro da lei, não deixar morrer o assunto e não se deixar comer por cúmplice ou por parvo.

Quem ler o livro percebe finalmente porque razão uma polícia conceituada como a nossa tem que" entregar os pontos" e passar o vexame do julgamento de uma canalha popular que os apelida de incompetentes!

É vergonhoso como um Estado soberano como o nosso se presta a tão triste espectáculo!

Mas não admira: quando aparecem pessoas a escrever comentários no Expresso e noutros locais, mais preocupados com o facto de o sr. ser reformado aos 48 anos de idade do que com a importância e repercussões do que vem escrito no livro... bem, cada país tem o povinho que merece.

Gostaria que essas pessoazinhas frustradas, que estão zangadas com alguém porque queriam deixar de fingir que trabalham uns anitos mais cedo, me explicassem o que faz um embaixador de um estado estrangeiro no local de coordenação de uma investigação PORTUGUESA.

Parece-me que fez lá tanta falta como uma viola num enterro... ou talvez não.

O que o senhor embaixador foi lá fazer foi tão-só o trabalho de cão de fila a mando de alguém influente no governo inglês - quem sabe se não terá sido o próprio sr. Gordon Brown, o patusco e desajeitado primeiro-ministro, com quem parece ter havido contactos por parte do Casal Maravilha. Na prática, o que o embaixador quis demonstrar foi que havia interesse no caso por parte do governo inglês...

... mas o interesse num "open and shut case". Na realidade, todas as movimentações externas à coordenação das investigações tiveram por objectivo arrumar o assunto depressa, porque o paizinho e a mãezinha têm mais que fazer que estar a aturar estes bárbaros portugueses!

O senhor embaixador, que não deve ter nada de útil para fazer, pode sempre pedir a exoneração do cargo e ir para inglaterra, onde crianças desaparecidas, abusadas e mortas é o que há lá mais, o que desde logo diz muito desta gentinha - os pais do hooliganismo e das bebedeiras de sexta à noite. Patéticos!

O livro de Gonçalo Amaral é um livro que se lê num instante. É o testemunho ainda um pouco a quente, de um homem que se sente acossado e injustiçado. Que sentiu o caso, deu o seu melhor e não aceita calar a pressão, as mentiras e/ ou incongruências, as manobras de bastidores, o doloroso silêncio e o evidente servilismo do estado português.

Mais do que confirmar a tese do rapto e ocultação de cadáver - pessoalmente, acredito que foi o que aconteceu - o que acaba por aparecer exposto é o retrato de uma força de investigação manietada por pressões externas e impedida de chegar à verdade.

Não acredito que alguém, no seu perfeito juízo, possa considerar normal todo um conjunto de situações, atitudes e até afirmações por parte do "Casal Maravilha" e que aparecem transcritas no livro e fazem parte do processo.

Infelizmente, à medida que vou lendo alguns comentários, o que parece sobressair é o facto de o Homem se ter reformado aos 48 anos! Triste povo mesquinho, o nosso.

Curiosamente, não vi qualquer referência feita à quantidade de dinheiro arrecadado pelo casal Maravilha com todo este processo...

No meio disto tudo, o que espero efectivamente é que o sr. Gonçalo Amaral vá até onde puder ir para não deixar que o seu bom nome seja posto em causa e, para muitos dos seus detractores, desejo que a verdade, mais cedo ou mais tarde venha ao de cima, nem que seja para os ver ás cambalhotas, a morder a língua e a dar o dito por não dito.

Um Grande Abraço para um Homem em vias de extinção,


J.
























aa

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Era a reinar com vocês... brincadeirinha...


Ontem, um conjunto de indivíduos que vivem dentro de uma bolha translúcida a que chamarão provavelmente "realidade" não puderam adiar mais o inevitável.

A consulta pública, contra todas as expectativas e desideratos, foi amplamente participada e esclarecedora.

"Como é possível?" Ter-se-ão interrogado alguns destes responsáveis. "Então se estamos num país com os níveis de participação que todos conhecemos e se a consulta pública foi divulgada da forma subreptícia que tínhamos combinado, como é que tanta gente participou?"

Como diria o outro: "It's the Internet, stupid!"

É absolutamente escandaloso e só não me revolta mais porque costumo ter alguma condescendência com a ignorância alheia (eu disse "alguma") e além disso, NÓS levámos a nossa avante.

Para alguém que tenha estado fora do país nos útlimos tempos ou só veja os programas da manhã, do início de tarde e as 20 e tal telenovelas dos 3 canais generalistas de televisão, o que aconteceu foi o seguinte:

Numa atitude sem precedentes - que eu diria até atentatória da verdadeira missão da ERSE, os seus responsáveis apresentaram uma proposta digna do Conselho de Administração da EDP; segundo a ERSE, dado o prejuízo que decorre do incumprimento dos contratos por parte de vários (muitos) utilizadores de energia eléctrica, entendeu a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos que deveria ser diluído esse prejuízo pelos consumidores cumpridores, tendo ainda proposto uma outra coisa muito engraçada - como se esta já não tivesse bastante piada - que era a actualização trimestral do preço da energia eléctrica.

Ou seja: Os incumpridores safam-se e a malta cumpridora paga o prejuízo que eles causaram;

E de três em três meses corremos o risco de ver os custos com electricidade actualizados e sempre, como se adivinha, na direcção do costume...

O Governo e todos os partidos políticos manifestaram-se contra esta proposta - Aleluia!

A ERSE fez uma obscura consulta pública que por um triz, passava ao lado de toda a gente.

Mas tiveram azar. Graças a muitos cidadãos anónimos mas valorosos, que utilizaram as suas caixas de e-mail para fazer o Bem. E foi assim que também enviei o meu protesto e discordância e mandei ainda para mais algumas pessoas.

Bravo Portugal! Viva a Internet!

Dois pequenos comentários para terminar:

1. Além de ser no mínimo estranho que uma entidade que deve observar a dinâmica e particularidades e necessidades de duas partes envolvidas numa relação de prestação de serviço / consumo, dá que pensar o que leva a ERSE a esquecer-se dos consumidores, da nossa situação económica e dos lucros incríveis que a EDP tem em território nacional e no estrangeiro, sem falar das diversas participações que tem enquanto accionista, em empresas variadas, públicas e privadas. Isto foi uma encomenda, um favor ou um acto tresloucado?...

2. Há males que vêm por bem. A forma categórica como o Governo considerou um disparate semelhante proposta, secundado por toda a esfera política e a forma como rapidamente a sociedade civil se organizou para combater semelhante atrocidade, não se conformando com esta situação, veio mostrar-nos que ainda estamos vivos e respiramos! Não é brigar por brigar ou manifestarmos descontentamentos bacocos para aumentar o peso da agenda política de certos partidos ou indivíduos.

Esta é a genuína essência da contestação em estado de direito: já analizámos; está errado e/ ou é injusto; não queremos; vamos protestar invocando as nossas razões...

... e no fim havemos de ganhar. E a Cidadania e a Liberdade ganham também.


J.


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Bandeira hasteada!




Efacec ganha contrato nos comboios de São Paulo
22.07.2008

Agência Lusa:
"A Efacec anunciou hoje ter ganho um contrato de cerca de 80 milhões de euros, em parceria com outras empresas, para executar diversos trabalhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos de São Paulo.

O acordo foi assinado no início do mês com a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e prevê o fornecimento e instalação de sistemas de sinalização de via, controlo de tráfego, de telecomunicações e de energia para as linhas A e F da rede brasileira.

O contrato terá a duração prevista de 30 meses, constituindo o maior de sempre da Unidade de Transportes da Efacec, que trabalhará em consórcio com a Norte-América Union Switch, em parceria com a brasileira Trens, refere a empresa em comunicado.

A Efacec é a líder do consórcio encarregue de executar a obra, com 40 por cento do valor global contratualizado, tendo sob a sua responsabilidade a implementação das soluções de energia e de telecomunicações que contribuirão para a melhoria da qualidade dos transportes da região.

A empresa liderada por Luis Filipe Pereira sublinha que a obtenção deste contrato é o resultado da estratégia de internacionalização que a Efacec tem vindo a implementar para consolidar a sua presença no Brasil. Este país integra uma das seis regiões internacionais que a Efacec elegeu como foco de actuação prioritária.".



Provavelmente não se apreceberam desta notícia nos telejornais, não é?...

Já agora, referir ainda que no último ano, a NOSSA Efacec empregou mais de 100 trabalhadores; possui tecnologia própria e possui actividade em cerca de 30 e tal países (acho que não estou enganado...).

Pois é... como não havia crianças desaparecidas, ciganos chorosos, incompetência do Governo, dos políticos ou de serviços do Estado... não tinha piada.

Quando ontem soube da notícia, fiquei contente e orgulhoso de ser português!

Já agora, deixo-vos um link para os dias de desespero:

www.portugalmaispositivo.com


Pesquisem e depois digam-me lá se sabiam disto tudo?...


Patrioticamente vosso,

J.









quarta-feira, 23 de julho de 2008

Pulseiras electrónicas


Penso que foi no final da semana passada - ou no início desta - que vi uma reportagem no canal televisivo SIC a propósito de reclusos em prisão domiciliária.

Como não vi desde o início, ainda assim vou correr o risco de ser injusto mas, pela forma como a peça foi conduzida não pude conter uma ou duas lágrimas de emoção:

Coitadinhos dos reclusos que usam pulseira electrónica!

Como é possível que um cidadão respeitador que cometeu um crime, enquadrável numa moldura penal que lhe permite o cumprimento de uma pena de 4 anos, designadamente crimes estradais, estar condenado a um castigo tão perverso?...

Vamos lá a ver se percebi bem e, se não, por favor alguém que me ajude, mas fiquei com a ideia - pelo que foi dito e mostrado -, que o senhor em questão passa o dia a "jogar às cartas com os amigos", a tomar conta do(a) próprio(a) filho(a) e a navegar na net - vai na volta, com um computador roubado, adquirido com uma senha do "Novas Oportunidades", isto é, pago por nós.

Com o calor que tem estado e os níveis de ozono bastante elevados, eu diria até que, no fresquinho do lar é que se está bem!...

Ou seja:

- NÓS, os otários que não podemos desviar-nos do cumprimento de todas as obrigações decorrentes de um estado de direito (com um "d" cada vez mais minúsculo), designadamente, cumprimento das regras do código da estrada, dos prazos de resposta a solicitações do Estado, de que se destaca naturalmente, o pagamento de contribuições;

- Que somos controlados no nosso horário de trabalho com livros de ponto, cartões magnéticos, impressões digitais; que trabalhamos e por vezes nem reconhecimento desse trabalho existe;

- Que sentimos as dificuldades naturais de um país POBRE que somos, apesar de muitos idiotas com baixa auto-estima viverem na ilusão (cf. meu post iphone), agravado por uma conjuntura internacional que nos penaliza mais, devido à nossa pequenez, que a outros estados;

- Que vimos reduzirem-se cada vez mais os direitos consagrados constitucionalmente;

- Que, enquanto somos e não somos extintos (nós, a classe média), carregamos às costas o país, com largas dezenas de milhar de inúteis e parasitas que vivem (e melhor do que se pensa! Um destes dias vou dar-vos alguns números) à conta do Rendimento Social de Inserção e demais protecções sociais, que cometem crimes e ficam em casa a ver televisão e a surfar na internet;

Como é que NÓS podemos aceitar isto com naturalidade?!

Como é que as pessoas lesadas pelo indivíduo que apareceu na reportagem desta televisão decadentezinha que é a SIC podem aceitar este tipo de situação sem se sentirem profundamente injustiçadas?

Está-me cá a parecer que os reclusos somos nós...

Não estou a dizer que é bom estar-se preso, seja por que forma for; mas deixem-me partilhar convosco o seguinte, dizendo desde já que não há nenhuma razão para que estes indivíduos não cumpram serviço comunitário à séria:

Num determinado estado norte-americano (não me recordo qual), existe um Director de Estabelecimento Prisional feminino que foi e continua a ser alvo de forte contestação por parte de grupos que alegam a defesa dos direitos humanos. Ora vamos lá ver de que se queixam estes grupos:

O sr. Director proibiu o uso de roupa própria de cada reclusa, substituindo-a por uniformes de cor neutra em pano cru e proibiu, entre outras coisas, o uso de penteados e maquilhagem por parte das referidas mulheres.

A explicação é bastante simples: o condenado deve associar à passagem pela prisão a ideia de uma experiência desagradável. Se o(a) deixarmos fazer a sua vida dentro da prisão com uma normalidade semelhante à que teria no exterior, facilmente reincidirá no crime e correrá o risco de voltar para cá.

Quanto aos grupos que se mostram chocados com isto, a fazer lembrar uma certa associação auto-proclamada ambientalista, que quer o respeito pelo ambiente para os outros (vão até à área protegida da serra da Arrábida e digam-me lá se não mora lá um senhor destes numa vivenda que não se percebe como ou com que autoridade - moral e não só! - a construiu ali. E se forem até Grândola, perguntem porque razão um familiar desse senhor faz o que lhe apetece em termos ambientais - a começar pela própria casa - denunciando os outros que querem fazer o mesmo...).

Desculpem lá este parêntesis, mas para grupos destes, governantes destes e televisões destas, permito-me parafrasear um grande Cidadão português, filantropo e homem de negócios:

Fuck You!

Joe Berardo


Fiquem bem,

J.

terça-feira, 22 de julho de 2008

iPhone


iPhone packaging.

(Não sei se é assim que se escreve... preocupei-me mais em perceber do que se trata e para que serve...)

Rejubilemos!

Aleluia!

Salvé Ossana Rainha!

A crise acabou!

Somos o Mónaco!

Viva!

Há coisa de uma ou duas semanas, num daqueles momentos em que estou prestes a fazer o meu primeiro sono (22h30 -22h45), sou surpreendido por uma reportagem sobre um grupo de portugueses, alguns em pijama(!) que se encontravam em plena Av. da Liberdade (?), junto a uma loja.

Primeiro pensei que se tratava de algum incêndio num edifício daquela zona, o que justificaria os pijamas de alguns moradores que eventualmente tivessem sido surpreendidos pela catástrofe.

Mas não. Tratava-se de algo bem mais importante e decisivo para a vida daquelas pessoas.

Estavam à porta da loja da Vodafone e também da Óptimus, a fim de adquirirem o novo telemóvel iPhone, o qual haviam reservado há alguns meses atrás.

Desculpe. Importa-se de repetir?...

Pois é. As pessoas encomendam (penso que houve duas mil e tal reservas, no caso da Optimus) telemóveis! E como este é o que se chama um telemóvel XPTO, ainda maior a loucura.

No caso das pessoas de pijama, penso que foi criada uma campanha, segundo a qual, os pijamas mais originais fazendo uso do logótipo da empresa, tinham direito a obter um destes telemóveis.

É triste.

Espero que as pessoas que estiveram disponíveis a fazer estas figuras - e estou a falar também dos que fizeram pré-reservas - tenham vergonha na cara e, em qualquer ocasião que alguém teça junto deles comentários relativos a uma eventual crise que se vive no país, ou a refutem ou educadamente se afastem em silêncio.

Não é aceitável estarmos tão longe de um nível aceitável de amadurecimento democrático e de cidadania! Lamento, mas já não posso aceitar a converseta da treta do costume: "a culpa é dos políticos".

A culpa é dos políticos?! De quais políticos? Daqueles em que votámos? Daqueles em que nem sequer nos dignámos ir votar ou pelo menos votar nulo, marcando uma posição?

Talvez tenhamos os políticos que merecemos... e eles tenham o povinho que merecem...

Mas quando choramos o aumento dos combustíveis e do custo dos bens e serviços e continuamos a povoar o Algarve em todas as tolerâncias de ponto, conduzindo carros de alta cilindrada que ainda não começámos a pagar (nem sabemos se o faremos!), a 220 km/h pela auto-estrada, cujo valor da portagem achamos escandalosamente alto...

Tenho um número para vocês: € 15 000 000,00. Estamos a falar de endividamento em crédito ao consumo. E cerca de 6 a 10% deste montante é considerado como não recuperável.

Talvez seja isto que alimenta esta parvoíce toda: os bancos e instituições de crédito estão de tal forma apostadas em lucrar com todo este negócio e estão a fazê-lo com tanto sucesso que 10% de perdas é um montante perfeitamente aceitável.

Este portuguesismo da fantochada, da mediocridade, do culto do ter, foi é e continua a ser a nossa ruína... agora já no campo tecnológico também.

Daqui vos saúdo, tecnologicamente despesistas, fazendo votos de que não tenham que ser as pessoas honestas, trabalhadoras e sóbrias deste país a ter que pagar a factura dos vossos disparates!

Por último: o telemóvel em questão não permite visualizar aplicações flash que se encontram na esmagadora maioria dos sites da Internet; não permite receber ou enviar mensagens de imagem; tem um GPS fracote / algo impreciso e a bateria tem uma autonomia no mínimo pouco adequada ao tipo de aparelho, com uma autonomia considerada, no mínimo, sofrível.

Já perceberam que não vou vestir pijama e correr para a Av. da Liberdade...

J.














Curtinhas

Como o tempo é escasso, resolvi passar a destilar o meu veneno em mini-doses individuais.

Afinal, se é bom para os detergentes que (quase) tudo limpam, também é capaz de ser bom para mim...


Maddie

Pobre criança, que já lhe devem ter gasto o nome, quer em Portugal quer no Reino Unido e pelas piores razões possíveis.

Costuma dizer-se que não podemos escolher a família. Ela coitada, descobriu isso da pior forma possível.

Vou já avisar que acredito na culpa dos pais. Por isso, quem não quiser ler a partir daqui, está à vontade. Daqui em diante só piora.

Há várias coisas que me irritam solenemente neste caso:

1) A parolice portuguesa habitual, que deu uma atenção desmesurada porque se tratava de estrangeiros; em contrapartida, todos os casos de crianças portuguesas desaparecidas / mortas no nosso país juntos, não tiveram metade da atenção, consideração e envolvimento;

2) Com este tipo de aitutde servil de quem muito se curva, fomos tratados abaixo de cão por uma cambada de bêbados e arruaceiros armados em empertigados (eu sei que estou a generalizar), que são as últimas criaturas com autoridade moral para dar bitates sobre investigação criminal e crianças desaparecidas. Logo eles, recordistas de casos por resolver!

3) Vamos lá a ver se nos entendemos: os McCann e outros amigalhaços puseram-se a fazer aquilo que estes beberrões ingleses e alemães fazem tradicionalemente quando estão no Algarve:
comeram à grande, beberam ainda melhor e espetaram com os putos cedo na cama! E sem requisitarem sequer uma ama que poderia ter sido fornecida pelos serviços do hotel!!!

4) Que raio de gente é esta, que a primeira preocupação que tem num caso destes é arranjar consultores de imagem e advogados?!

5) Já alguém reparou nos largos milhares de euros que eles têm arrecadado a vendar este drama familiar?

6) Já repararam que, a partir do momento que accionaram os seus contactos, nomeadamente junto de elementos do governo britânico, todo o processo começou a esmorecer?...

7) E a pressa de regressar a Inglaterra?...

8) E toda esta pressa no arquivamento do processo, quando é sabido que muitas investigações desta natureza levam anos de trabalho?...

Só de pensar nesta gentinha cruel e negligente, sinto vómitos...

Paz à Maddie, onde quer que esteja. Estou certo que ela terá a capacidade de perdoar a quem lhe fez tanto mal...


J.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Estão a acontecer tantas coisas giras...

... que resolvi ir postando alguns comentários, intercalando os mesmos com as nódoas...

Afinal, há mais vida para lá da lixivia...

Ameaço regressar a qualquer instante!


J.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Nódoa nº 3 - Carlos Cruz (conclusão)


(... Nesta estávamos a jogar à "apanhada" na praia de Carcavelos...)

Como (infelizmente) há muita informação, vou cingir-me a uma ou duas coisas sobre este senhor (não existe letra mais minúscula que a minúscula, pois não?) e a sua ascensão e queda.

Se não tivesse mais nada que fazer, agora entrava na questão "inocente ou culpado" mas, para quê perder tempo com isso? Se olharmos bem para o seu percurso, facilmente se percebe que se não for culpado disto, de outra coisa qualquer há-de ser... (eu sei que isto foi estúpido de se dizer. Mas às vezes apetece-me.).

Vejamos então: tudo corria bem ao sr. Cruz na década de 80: uma figura conhecida por grande parte dos portugueses com televisor em casa, graças ao "1, 2, 3!" (as coisas que um concurso não faz por nós...), vidinha organizada, um casamento (que começou a evidenciar algumas fragilidades) não obstante o casal ter uma filha (como se isso contasse para alguma coisa!) e algumas fotos aqui e ali.

Entretanto, porque não dar o salto seguinte? O "Sr. Televisão" juntou umas massas e criou a "CCA - Carlos Cruz Audiovisuais" e pendurou-se - onde é que havia de ser? - na RTP, com uns quantos contratos de produção, que lhe renderam umas boas coroas. E os meses tornaram-se anos.

E começaram a surgir os primeiros sinais de mudanças : primeiro, o divórcio e a troca por um modelo mais recente - um upgrade pessoal e familiar, chamemos-lhe assim.


Em seguida, o escândalo Pedro Caldeira (cf. Nódoa nº 1), que terá deixado o sr. apresentador em maus lençóis ou pelo menos a balançar. Ele mais a empresa dele e mais os seus luxos públicos e privados (tanto quanto é dado perceber.).

Na sequência da perda de uma avultada quantia de dinheiro e não obstante o processo em tribunal, o que é facto é que a ganância do sr. Cruz veio colocar a CCAudiovisuais numa situação menos saudável...

E como não há duas sem três: eis que chega o escândalo Casa Pia.

Sejamos honestos: um tipo maduro, "passarão", que já viu e fez muita coisa, que se casa com uma fulana "modelo-gaja" com idade para ser irmã da filha dele... convenhamos: não há aqui algo indiciador de propensão para a pedofilia?...

Mas adiante.

As coisas não podiam começar da melhor maneira possível para o sr. Cruz: desde a filha, perdão, a esposa, a chegar às instalações da Polícia Judiciária num jipe BMW, como quem ía a caminho de uma festa (o povo detesta estas manifestações de exuberância, fundamentalmente por inveja) até às declarações do seu amigo e guarda-costas (?), afirmando peremptoriamente que "Se ele (Carlos Cruz) é (pedófilo), então eu também sou! Sou eu, é você... somos todos!".

Devem ter sido so 15 segundos de fama mais prejudiciais alguma vez produzidos pela comunicação social portuguesa.

E o processo? Esse lá está, está bonzito, obrigado... Fazendo a sua marcha triunfal, no rigoroso cumprimento do garantismo legal que a nossa lei consagra. Correndo o risco de caír de podre...

Quanto ao sr. Cruz, depois de muitas manobras (nas quais é especialista), passou de vilão e tarado para "coitadinho" e "injustiçado". Para isso é que servem os contactos no meio da comunicação social e das revistas da treta.

Umas quantas capas, umas entrevistas chorosas da esposa (que entretanto começou a aparecer menos deslumbrante nas visitas ao maridinho... e aí está a mesma corja que já se preparava para o espetar na cruz (foi sem querer, este trocadilho) e pegar-lhe fogo, que aparece agora (na altura) a dizer coisas como: "Então o homem é casado e tem filhas e tudo... alguma vez fazia uma coisa daquelas? " ou "Coitado... tão boa pessoa, um homem tão bem apessoado... isto é uma injustiça!..."

Sic est vulgus! (Assim é a populaça!)

Conclusão:

Por este andar, a culpa da existência de crimes é da Polícia!

Mais um triste espectáculo protagonizado por um pseudo-socialite-da tanga - como o são de resto praticamente todos os que se assim auto-denominam. Mas desta vez, com consequências bastante graves.

Fica demonstrado, mais uma vez, o poder da (des)informação desvirtuada pela comunicação social, a qual se vai ajustando às conveniências e compadrios, criando uma realidade e uma verdade só sua, que não admite contraditório nem tão pouco aceita, sem tecer ameaças, a denúncia da sua falta de transparência e de rigor.

Quando Alvin Töffler escreveu os "Novos Poderes" nos idos de 90, nunca pensei que a realidade que se avizinhava fosse tão perturbadora, no que diz respeito ao nosso direito de livre acesso a uma informação livre.

Se ele calha a conhecer a perversidade do sr. Cruz e a sua habilidade para manobrar e ensinar outros a manobrar em seu proveito, passando de demónio a mártir, teria escrito mais um ou dois parágrafos no seu livro...

Sempre disse que, independentemente do desfecho, este processo iria produzir forçosamente uma vítima.

E essa vítima somos nós, os Portugueses. Porque se vencer a Justiça e o sr. Cruz for condenado, perde a sociedade portuguesa, que nunca havia obtido notoriedade neste tipo de lixo; se o sr. Cruz não for condenado, perde o edifício da Justiça e perde a Investigação Criminal e nunca mais nada será feito como deve ser: de forma decidida, sem receio de factores externos e sempre a bem da Verdade.

Enfim... deixa-me lá ir buscar o ácido muriático, que esta nódoa vai ser difícil de tirar...

Bom Fim de Semana,

J.





























terça-feira, 8 de julho de 2008

Nódoa nº 2 - conclusão

Tempus fugit!

Tem estado difícil vir aqui despejar más vibrações porque o tempo (ou a falta dele) tem sido implacável.

Por isso, nada como arrumar com alguma rapidez e facilidade mais uma criatura ilustre do século passado (ainda me custa a pensar na mudança de século... deve ser por estar quase tudo na mesma).

A nódoa de hoje, ao tempo que já passou, parece mais uma daquelas manchas que ficam na toalha branca que se costuma pôr na mesa para receber visitas lá em casa (bolas, mas que exemplo mais pequeno-burguês!) e que, apesar de quase ninguém já reparar, nós sabemos que está lá e onde está.

(Regra geral, tento tapar com um prato ou um talher, cirurgicamente colocado na zona afectada).

Bom, falemos da senhora D. Branca e dos fantásticos anos 80: uma década digna de um filme de Quentin Tarantino, senão vejamos: muito dinheiro a passar de mãos, actos terroristas (FP's 25), o apogeu de algumas gajas provocadoras (as Doce), os devaneios sexuais de um arquitecto registados em vhs de fraca qualidade (Arqtº Quebra-Bilhas, perdão, Tomás Taveira), and so on, and so forth...

Bom, em relação a esta modesta senhora, há que culpar o Estado por lhe ter dado o triste destino da cadeia, não obstante uma burla que se estima de 17 Milhões de contos ao Estado Português. E digo isto com apenas uma ligeira ponta de provocação.

Vejamos: a senhora lançou-se num mercado muito restrito, explicando que conseguia fazer o dinheiro das pessoas crescer mais do que nos bancos, sem recorrer a campanhas publicitárias e com poucas letrinhas miúdas. É claro que, principalmente os cidadãos que tinham um pézito de meia e não achavam grande piada às taxas de juro dos bancos, viram aqui uma forma de fazer crescer as poupanças mais depressita... que mal há nisso?!

É claro que, a D. Branca, tal como o sr. Pedro Caldeira, esqueceram-se de explicar como faziam este milagre... mas ainda assim, quem é que hoje se pode gabar de saber com detalhe o que o(s) seu(s) banco(s) lhe anda(m) a fazer?

A diferença é que a D. Branca não usava a letra miudinha a correr no rodapé do ecrã de televisão (talvez por usar óculos)...

E que dizer do filho de um grande senhor da banca provada portuguesa, estou a falar do Mi...enium / B...P, que terá alegadamente desviado largos milhares de euros da instituição do papá?

Exemplos da verdadeira vergonha que é o sistema bancário nacional - que é o que a mim me interessa - são aos pontapés, por isso, consigo encarar com bastante fair-play o que a D. Branca fez: arrecadar dinheiro à conta de gananciosos-com-a-mania-que-são-mais-espertos-que-os-outros!

Por último, não esquecer este detalhe, que nos coloca na vanguarda da informação-espectáculo à escala planetária, num registo quase hollywoodesco:

A D. Branca até teve direito a uma telenovela no canal público do Estado!!!

Roam-se de inveja, Srs. Gonçaves, Srs. Santos Silva e quejandos!


Com a ameaça permanente de regressar, o vosso

J.


















terça-feira, 1 de julho de 2008

Nódoa nº 1

É um dos meus favoritos: Pedro Caldeira.

Este é o exemplo acabado de que há filhos da puta em todos os estratos da nossa sociedade e que, regra geral, nunca estão sós.

Também me parece um exemplo acabado de uma certa justiça poética que acaba por punir, não só o próprio mas também os que se armaram em espertos e que queriam ganhar dinheiro fácil.

Recordemo-nos um pouco desta história: década de 90, um corrector de bolsa bem sucedido e homem do meio do nosso pseudo-jet-set ou jet-set de trazer por casa, que já tinha com que dar de comer aos filhos e família... resolve tornar-se ganancioso.

E resolve aproveitar-se dos contactos que já possuía - que no meio social em que se movimentava, quer no meio dos seus negócios e junto do seu próprio portfolio de clientes - para lançar um esquema que tinha tanto de milionário como de arriscado: trabalhar com margens de lucro acima das praticadas pelos bancos nas suas aplicações financeiras.

Na prática, a senhora ou o cavalheiro depositavam nas suas mãos quantias significativas de dinheiro que eram entretanto aplicadas pelo senhor corrector, com retornos de lucro bastante razoáveis ao fim de um relativo curto período de tempo.

Uma espécie de esquema da pirâmide, punido por lei, fortemente lucrativo, mas mais sofisticado.

O que o senhor corrector tinha que ir garantindo era uma forte circulação de dinheiro por parte dos seus clientes, de modo a apresentar dividendos no espaço de algumas semanas ou poucos meses, mantendo-os interessados em continuar a investir aquele dinheiro (ou ainda mais) nos seus préstimos. Com o dinheiro de uns ía pagando dividendos a outros e arrecadando a sua margem.

Hoje, quando penso nisto, penso que a grande culpa do sr. Pedro Caldeira residiu em algo tão simples como uma falha de comunicação: então não é que ele se esqueceu de dizer aos seus clientes, entre outras coisas, que:

- Se toda a gente exigisse o seu dinheiro de volta em simultâneo, ele não poderia pagar dividendos a ninguém, já que se limitava a puxar a manta de um lado, descobrindo os pés ou a cabeça consoante os casos;

- A ideia final era, quando atingisse uma quantia avultada do dinheiro que lhe era confiado, provavelmente iria esquecer-se de continuar a pagar dividendos e iria partir para parte incerta.

Pois é... como dizia o outro: "Não explicam..."

Claro que chegou uma altura em que este namoro terminou e o senhor corrector foi apanhado.

Entre as suas vítimas - e aqui é que a doutrina se divide - contam-se várias aves raras do pesudo-jet-set e um cidadão (nessa altura) acima de qualquer suspeita, chamado Carlos Cruz.

Recordam-se dele: apresentava uns programas na televisão, onde apareciam adultos a escolher coisas, mas isso foi antes de se dedicar ao público infantil... fica para outra ocasião.

Estima-se que o sr. Cruz tenha ficado a arder com uma quantia que oscilará provavelmente entre os 10 000 e os 30 000 contos (entre 50 000 e 150 000 euros).

Quem diria que ao fim de apenas alguns anos, o sr. Caldeira e o sr. Cruz poderiam partilhar uma mesma espécie de desfecho, ainda que um relacionado com factos mais tenebrosos que o outro?

Pessoalmente, fiquei muito contente com a forma como tudo se passou.

A investigação funcionou; a justiça funcionou; houve arguido; o arguido transformou-se em réu; o réu foi condenado; e cumpriu pena.

E os tipos que quiseram fazer fortuna fácil foram enrabados a seco, sem beijo na boca, ficaram a arder com uma pipa de massa e foram motivo de chacota de muita e boa gente!

Ai estás a arder?... Halibut para ajudar a passar a assadura do rabinho...


Está na hora de aplicar o tira-nódoas.


Fiquem bem,

J.







segunda-feira, 30 de junho de 2008

Grandes Nódoas do Séc. XX

Agora que já não é necessário continuar a tomar antipiréticos porque a febre do Europeu 2008 já passou, resolvi começar um post-in-progress, dedicado a todo um conjunto de Portugueses que marcaram (e de que maneira!), o nosso séc. XX.

Se quiserem colaborar, lembrando alguns nomes que me possam escapar, agradeço desde já.

A minha ideia é chegar aos 50 nomes, sendo certo que muitos mais há por aí.

Neste post, vou apenas indicar alguns nomes, para posteriormente merecerem uma melhor atenção.

Ora vamos lá, os primeiros treze (para dar sorte!):

- Carlos Cruz (televisão);
- Jorge Nuno Pinto da Costa (desporto);
- Carlos Borrego (governo);
- Vale e Azevedo (desporto);
- Maya (astrologia);
- José Eduardo Moniz (televisão);
- Pedro Caldeira (corretagem);
- D. Branca (banca!);
- Teresa Guilherme (televisão);
- Manuel Sérgio (política);
- D. Manuel Martins (igreja);
- Emplastro (sociedade);
- José Castelo Branco (sociedade);

quarta-feira, 25 de junho de 2008

A Suiça não nos ganhou só por dois zero...


Aliás, por este andar, em breve vamos começar a perder com a Turquia e, mais tarde, com a Roménia.

Mas que falta de maneiras! Boa tarde, antes de mais nada.

Situação 1: Vinha hoje de manhã, pela Estrada Nacional (o que é nacional é bom), quase a chegar a Setúbal, quando, junto às bombas da BP, fico quase dez minutos parado, à espera que a retro-escavadora faça mais uma pausa no sulco que está a abrir na estrada, para todos nós também podermos ir trabalhar. Eram 8h40 da manhã.

Situação 2: Estava a colocar-me na fila para a pesagem de frutas e legumes no Jumbo de Almada, quando, no exacto instante em que me coloco no meu lugar, uma mulher (senhora seria dizer muito) sorrateira e descaradamente se põe na diagonal da fila, para me passar à frente. Assim, sem espinhas!

Situação 3: Uma criança foi atropelada mortalmente, na passada 6ª feira, à noite, próximo do cruzamento de semáforos de Vendas de Azeitão. Registe-se o facto de a criança ter sido atropelada a escassos 20 metros de distância do referido cruzamento. Ao menos, o assassino imobilizou-se até as autoridades chegarem. Mas é um "ao menos" amargo...

(Tomara já criar um blog para falar sobre sexo...).

Que gente é esta?!


Na Suiça (já perceberam a ideia, não é?...), sempre que há uma intervenção que obrigue a obras públicas que causem natural transtorno aos cidadãos, é realizada uma reunião e contactos prévios com diversos organismos que possam estar potencialmente interessados em participar no processo, dada a oportunidade.

Isto é: Se vamos abrir um buraco para fazer mudança de condutas de gás, talvez a empresa fornecedora de electricidade queira aproveitar para mudar a sua cablagem e outro tanto a empresa fornecedora de água, as telecomunicações, etc. Se uma determinada empresa diz que não precisa de participar na intervenção e mais tarde vai para lá fazer obras é penalizada significativamente pelo Estado!

Os trabalhos são céleres (para causar o mínimo de incómodo ao cidadão-contribuinte) e de um modo geral, respeitam o caderno de encargos e o prazo previamente definido... e em muitos casos são executados por Portugueses!!!

Na Holanda (que poderíamos ter encontrado na final do Europeu), se um automobilista inadvertidamente provoca um choque com um ciclista ou este último atropela um transeunte, entre um pedido de desculpas e até um eventual gracejo pelo disparate da situação, o problema fica resolvido e cada um segue o seu caminho (tal e qual como cá...).

(Não é sempre assim, como é evidente. Mas ainda assim, dá que pensar.).

Um investigador Finlandês, especialista em prevenção rodoviária, disse, há uns anos atrás, num Seminário no nosso país, que os portugueses conduziam "... como ladrões de automóveis."

Mas o que é que ele percebe disso? Vem lá de um país que nem sequer se apurou para o Euro 2008...

Quando é que nos decidimos a mudar? Os Suiços não são melhores que nós. Aliás, não há nenhuma razão evidente para seja quem for, ser melhor que nós!

Nós somos uma das nações mais antigas do Mundo; devíamos ser nós a servir de exemplo, de vanguarda, para os outros nos seguirem. Ao invés disso, entre Fátima, Futebol e Fado e entre Insulto, Ignorância e Intransigência, vamos culpando todos os outros pelo nosso fracasso sistemático e galopante como nação portuguesa e europeia.

É a vida, como dizia o outro...

A culpa é do Governo - um qualquer! Deste do próximo e dos outros todos!

Antes da culpa ser do Governo, era da Ditadura. E antes disso, era da Monarquia.

E no limite, se o outro não tivesse dado um estalo à mãe, não tínhamos passado por isto...

E que tal envergarmos a bandeira de Portugal todos os dias?

Eu sou Português todos os dias e sinto-me português sempre que:

- Sou inteligente na abordagem a uma situação ou na resolução de um problema;

- Uso de urbanidade na relação com o meu interlocutor;

- Sou bom naquilo que faço;

- Sou honesto e trabalhador;

- Sou bem-disposto e brincalhão;

- Etc.;

- Etc.;

E no final da lista, lá bem no finzinho, talvez apareça algo relacionado com futebol e golos e qualificações...

Uma última nota (que estou quase a terminar a hora de almoço): A Selecção alemã descansou menos cinco dias que a nossa, teve paciência, calma, habilidade e muita capacidade de sacrifício... durante 93 minutos! Nós jogámos futebol a sério durante cerca de 55 minutos...

E quem nos dera que esta clivagem só se verificasse no futebol...


Fiquem bem,

J.













segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mais lágrimas que sorrisos

Olá de novo.


A semana passada foi o meu aniversário. Por essa razão, deixei passar alguns dias antes de postar este texto. A verdade é que não me dou particularmente bem com esse dia e há já algum tempo que me ando a convencer que também não lido bem com o aumento da idade, ainda que as duas coisas não tenham uma relação directa muito visível.

Na verdade, o meu dia de aniversário é um dia em que quase me obrigo a estar triste. Talvez porque os últimos anos, exceptuano dois ou três acontecimentos relevantes de ordem pessoal e familiar, o saldo tem sido francamente negativo, em meu entender.

Não me interpretem mal: infelizmente, há vidas bem piores que a minha, a começar pela vida das pessoas que não vivem a sua vida e que se limitam a arrastar o corpo e a alma ao longo dos dias até ao inevitável fim.

Não me queixo disso. Aliás, quem me conheça com alguma profundidade, compreenderá que a forma como tenho vivido e experimentado o que a vida pode oferecer, não pode ser hipócrita ou mal-agradecido...

Queixo-me de sentir que por vezes as coisas não correm bem e que muito da minha energia do ano que findei foi gasta a consumir-me em contrariedades - algumas intencionais - que retiram o prazer (ou pelo menos reduzem-no) do resto.

Há pessoas que acreditam no karma e na sua manifestação "homeostática", procurando produzir regulação e equilíbrio; acção e retribuição.

Começo a pensar que há algum fundo de verdade nisso...

Este texto, como já se percebeu, é para mim: estou a fazer uma catarse na Internet!

Mas agora, vão passar uns bons 300 dias até voltar a fazer a minha avaliação. Espero que na próxima, os sorrisos sejam a maioria.

Tudo de bom é o que vos desejo.

J.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Parabéns

Este é o tipo de post que gostaria que chegasse realmente aos destinatários.

Parabéns a todos os Portugueses emigrados um pouco por toda a Europa que ontem estiveram à espera de ver passar o autocarro da Selecção após o jogo com a Alemanha.

Este é o verdadeiro espírito português! Que sofre, vibra, ri, chora e acredita... que há-de ser da próxima vez. E que não vira costas à luta e a todas as adversidades que transportam sobre os ombros.

Alguém faz ideia da humilhação que se vai abater sobre os nossos compatriotas nos próximos tempos, em especial sobre aqueles que trabalham na Alemanha? As piadas sistemáticas no local de trabalho e nos espaços de convívio, tentando criar a ideia de uma inferioridade lusa cientificamente comprovada, que se manifesta em diversas áreas e também no futebol?...

Porventura pensam que os "estupidamente civilizados" Suíços deixaram passar em claro a vitória sobre a Selecção Portuguesa? Não se esqueçam que estamos a falar de uma populaçãozinha que tem, ao nível da inclusão, a particularidade de defender práticas racistas , segregacionistas sobre os Portugueses e demais estrangeiros, chegando ao cúmulo de os filhos dos nossos compatriotas serem insultados nas escolas, dizendo-lhes que eles devem voltar para a terra deles. Mas a terra deles é aquela...

Basta de perder tempo a falar de gente que não presta para nada.

Parabéns à senhora que respondeu que já estava a pensar no Euro 2010. Parabéns á senhora que disse que "tínhamos vindo recebê-los, agora também tínhamos que acolhê-los na partida".

Parabéns ao senhor que vi hoje no noticiário das 8h da manhã na SIC, proprietário de uma banca de jornais. Aquele é como eu, é Português!

Assumiu a derrota, salientou o que se fez de positivo e de negativo, enalteceu a segunda parte do jogo e, "contra a corrente" hoje colocou ainda mais bandeiras e bonés na sua banca!

Isto é ser português.

Eu ADORO ser Português assim.

Até à próxima.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Antes que comece o Portugal - Alemanha...

(Digam lá que não está mesmo com cara de empreiteiro vigarista?)


Bom dia a todos! Antes que comece o jogo e porque estou com muito pouco tempo, quis só vir aqui dizer que:

DESDE O 1º DIA QUE NÃO GOSTO DO SR. SCOLARI.

Não ponho em causa que saiba treinar, como também não me esqueço que ele teve um dos melhores plantéis de Selecção Nacional que já existiu. Que é como quem diz, para ter dado alguns recitais, este senhor teve que ter quem lhe soubesse carregar e afinar bem o piano.

E pronto. Como diria Gil Vicente: "Não se deve queimar boa cera com tão ruim defunto."

Antes de qualquer eventualidade, já disse o que pensava do cavalheiro.

Até logo e boa sorte, para nós!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Vamos consumir mais combustíveis!



Tenho ouvido (e sentido) muito sobre as questões dos combustíveis e das flutuações do seu preço, impostos, legalidade dos mesmos, especulação versus custo real, etc., etc.

Como a minha pobre cabeça está demasiado ataviada com letras de cantigas da Amy Winehouse (ou será Amy Crackhouse?), os meus neurónios não conseguem depois processar toda esta informação adicional, pouco importante, aliás e que afecta apenas alguns largos milhões de habitantes à escala planetária.

Ainda assim, vou explicar a minha sugestão de aumentarmos significativamente o consumo de combustíveis.

Como sabem, foi ontem apresentado, pela Honda, o primeiro carro movido a hidrogénio - algo perfeitamente impensável há meia dúzia de anos atrás. Aliás, a Honda tem sido uma das empresas mais esforçadas no que diz respeito à criação de veículos híbridos, pelo que esta apresentação só pode ser surpreendente para quem ande mais distraído.

Ah, já agora: sabem que o material poluente produzido por este automóvel é... vapor de água?...

Este, só por si, já me parece ser um bom argumento para aumentarmos o consumo de combustíveis.

Nesta altura, as 1,2 pessoas que possam ter tropeçado sem querer neste blog e neste post estarão a pensar: este tipo deve ser parvo, maluco ou coisa pior.

Deixem-me explicar então a minha lógica.

Desde o início do ano, já se verificaram algumas dezenas de aumentos nos combustíveis.

Presentemente, é assumido por todos (finalmente assumiram!) que o preço do crude está a ser manipulado pela especulação e não existe falta de produção - é a própria OPEP quem o diz.

Para agravar ainda mais o cenário e aumentar ainda mais o lucro (deles), o brent que nos serve de referência a nós, europeus, em termos de preço do barril de petróleo, equiparou-se ao referencial norte-americano, quando historicamente costumava ter uma diferença de cerca de dois dólares.

Como é sabido, a nossa patriótica GALP detém a exclusividade da refinação de petróleo em Portugal, logo de uma forma ou de outra, "arrasta" a concorrência a praticar o seu preço junto do consumidor. Queres refinação pagas! Ou então, gastas esta margem e muito mais, a transportar do exterior combustível já refinado. Simples, não é?

As perspectivas mais alarmistas referem 2015 a 2020 como o momento em que deixará de existir petróleo no planeta (que possa ser extraído). Algumas das análises mais moderadas sugerem a década de (20)50 para esse fenómeno, o que também não é muito tranquilizador.

Qualquer cidadão confirmará que, desde o início do ano, o combustível que paga já aumentou cerca de umas trinta vezes. O mesmo cidadão confirmará que cada descida cirúrgica tem correspondido a uma imediata subida, superior sempre ao valor previamente ajustado para baixo na semana ou quinzena anterior.

Ora, é fácil de perceber que estes senhores da Galp, da BP, da REPSOL, etc., não navegam à vista. Logo, eles têm uma ideia bastante aproximada da escalada de preços até final do ano... ou até mais. E também têm tendência para acompanhar as descidas pontuais nos mercados.

Como toda a gente sabe, há cerca de duas semanas houve uma baixa no preço do petróleo. Logo, ao fim de quinze dias, a mesma deveria reflectir-se no preço dos nossos combustíveis... agora!

Onde é que está a descida? Se a encontrarem, digam-lhe para me telefonar, que estou preocupado com ela.

A minha lógica é esta:

Se consumirmos mais combustível e mais rapidamente, baixamos a margem de lucro das empresas que comercializam petróleo, porque estamos a retirar uma parte do lucro que deriva de terem combustível armazenado, que compraram por um preço, mas que agora nso estão a vender por outro - o preço actual.

Por outro lado, isto obrigará a OPEP a produzir mais petróleo. Daí resulta que as reservas e jazigos vão mais rapidamente aproximar-se do fim.

Logo, mais empresas, como a BP, vão fazer um esforço mais significativo e rápido para criar formas alternativas de energia, porque quando o petróleo se acabar, ou eles estão noutra onda ou secam e morrem.

Não se esqueçam que o GPL é uma boa solução, mais económica do que se imagina, e mais segura do que muitos querem fazer crer. E além disso, se pedirem (sei que muitas têm), é-vos fornecida uma lista com todos os pontos de abastecimento de GPL do país.


Eu sei que é uma lógica um bocado retorcida e, infelizmente, de difícil implementação. Mas hoje apeteceu-me embirrar com eles, o que querem que vos diga?

Como um amigo meu dizia, há uns anos atrás: "Se o Papa apanhasse uma carrada de SIDA, descobriam logo a cura num instante".

Acho que agora já percebo melhor a publicidade da GALP connosco a empurrar o autocarro da selecção, com o slogan: "A Ambição é uma Energia Positiva".

Andamos nós feitos parvos, a empurrar a Galp para eles chegarem onde querem.

Às vezes irrita...


J.

terça-feira, 17 de junho de 2008

"O que é que tens para me dar?"


Em primeiro lugar, deixem-me esclarecer o seguinte: apesar do tempo passar - e de que maneira! - eu sou um jovem aprisionado no corpo de um adulto, mas não vivo em nenhuma caverna! E considero-me minimamente atento ao que se passa à minha volta.

Pronto.

Agora já posso continuar.

O que é que se passa com a afectividade, intimidade, sexualidade, e outras coisas a acabar em "dade", à excepção de vaidade e irresponsabilidade (essas não parecem faltar) dos miúdos até cerca dos 20 anos de idade?

Não me parece que seja o fenómeno Euro 2008, porque imagino que alguns miúdos e miúdas já tenham conseguido dar umas boas cambalhotas a seguir aos jogos da selecção, quando vêm a sair do Parque das Nações com as hormonas e a adrenalina aos pulos.

(Diria mesmo que talvez venhamos a ter uma verdadeira "geração Selecção" daqui a nove meses... e parte dela concebida no estacionamento subterrâneo ou nas casas de banho do C.C. Vasco da Gama...).

Mas tirando o facto de haver honrosas excepções e mesmo assumindo que algumas fedelhas de 15 e 16 anos, enquanto estão a ser comidas contra os azulejos coloridos da casa de banho estejam a balbuciar baixinho: "Cristiano Ronaldo... Cristiano Ronaldo...", o que é facto é que parece haver um manifesto desinteresse e apatia pela descoberta da intimidade e da afectividade.

E digamos que no que toca à sexualidade, já vi cabines no Animatógrafo do Rossio com um ar mais convidativo que certos jovens no contacto com o sexo oposto.

Será que estou assim tão distante da realidade?

Será que esta geração, a quem tudo é dado - principalmente pelos pais -, como se fosse uma espécie de "indemnização compensatória" do tipo: "eu nasci ainda no tempo da ditadura, mas tu , meu filho, vais ter toda a liberdade que eu não pude ter e tudo o que daí decorra", também espera placidamente que a dimensão pessoal e afectiva surja de bandeja?...

Vamos fazer um contraponto, a ver se consigo explicar onde quero chegar.

Quando eu era "puto", ir à discoteca à noite com 18 anos era quase uma aventura, uma espécie de ritual iniciático, que nos distinguia do resto da malta. Existiam vários patamares: a malta que podia andar na rua até à hora de jantar; a malta que podia sair depois da hora de jantar, mas para ir com os pais tomar café; a malta que podia sair depois do jantar e andar na rua até por volta das onze da noite (quando a emissão da RTP estava a aproximar-se do fim e lá vinha depois a bandeira e o hino); e a malta que podia ir à discoteca e estar em casa à meia-noite, meia-noite e meia, no máximo(!!!)

Para atingir este patamar de elevação, era preciso dar a ideia de sermos responsáveis, sem parecermos tótós, já que para saír à noite é preciso tomar algumas cautelas, já que as boas notas da escola ajudavam a conseguir autorização para pôr o pé na discoteca, mas não ensinavam a escapar aos sarilhos.

Esta era a ocasião em que algumas miúdas começavam a pintar-se, para dar um ar mais crescido, e a calçar sapatos de salto alto - alguns roubados às mães ou pedidos emprestados a amigas - já que ainda não haviam muitas crossdressers.

E na discoteca, quem naturalmente dava o primeiro passo para conhecer alguém era o rapaz. Na maior parte das vezes, não o rapaz verdadeiramente interessado, mas sim, o melhor amigo que tinha ido - e conseguido entrar também - na discoteca.

Alguém que tenha nascido no século passado ainda se recorda disto? Algo como: "Olha, o meu amigo acha-te muito gira e gostava de conhecer-te..."

Foi assim à tanto tempo?...

E como é que é hoje?

- "Vou saír."
- "E onde vais?" Responderá a mãe ou o pai, entre duas frases de telenovela ou a marcação de um canto num qualquer jogo obscuro de futebol que só a SportTV transmite para encher o chouriço da emissão.

Provavelmente nem vão obter resposta. Provavelmente, muitos nem se vão importar com isso.

A porta já se fechou e o jovem não assumiu sequer por um instante que a resposta dos pais pudesse ser contrária aos seus interesses.

"Era o que faltava. Eles não mandam em mim. Eu não pedi para nascer.". Lapidar.

Não há qualquer prémio ou incentivo aqui: "Eu saio e pronto. Não interessa se me portei bem ou mal, se sou cuidadoso ou descuidado, se faz ou não sentido. E quanto a dinheiro, não há problema: se não tiver, peço aos "cotas". E se não me derem, tiro."

(É ÓBVIO QUE NEM TODOS OS JOVENS SÃO ASSIM).

Na discoteca ou no bar - a diferença cada vez está mais esbatida - várias opções: vou beber até cair; tomar uns ecstasy ou papar uma miúda? Logo se vê qual é que 'tá na minha onda...

Entretanto, as miúdas também se transformaram um bocadinho. E não vão ficar na expectativa.
Esse passou a ser o papel dos rapazes: que já não ligam a certas subtilezas delas, trocando por vezes o contacto físico pelos shots até ver quem é o último a cair.

-"Olha, és bué da grosso. Queres curtir? Dá.me o teu número.", dirá a menina, cheia de encanto e graça.

Outra variante, quando já se conhecem previamente, passa pelos sms, que em meu entender deviam ter uma sigla e significado diferentes. Deveriam intitular-se smc: substituto mecânico do cérebro.

Vejam só o exemplo desta prosa, digna de Pessoa ou Cícero: "keres kurtir?"

Fabuloso, não é? O que é feito dos peluches e dos postais gigantescos nos aniversários; o que é feito das flores? Do embaraço da conversa de começo de namoro ou da frustração da rejeição? Agora, no dia dos Namorados, levas um sms grátis... e já gozas!


(É CLARO QUE NEM TODOS OS JOVENS ERAM ASSIM, HÁ 20 OU 30 ANOS ATRÁS).


Como dei este exemplo da discoteca, poderia dar outros, inclusivamente do meu local de trabalho (não, não sou professor), já que este parece ser um tipo de comportamento transversal a outras áreas de interesse.

Não peço um retorno ao passado Salazarento e Marcelista que nos tornou ainda mais cinzentos e tristes, mas também não aceito esta "atitudezinha de merda" que mina estes jovens e que parece preocupar todos menos aos próprios. Não me digam que temos que começar a importar filhos dos países de Leste!!! Ou talvez a exportar certos pais para lá...


Para mim, só vejo um aspecto positivo, no que toca à dimensão sexual do problema.

Com as miúdas cada vez mais assanhadas e os putos cada vez mais apáticos, ainda calha qualquer coisa para alguns maduros como eu... valha-nos isso.


J.


quinta-feira, 12 de junho de 2008

De regresso às hostilidades actuais

Agora que já descarreguei os posts antigos, deixando este blog em condições de ír para o caixote do lixo, vou começar a (tentar) postar coisas mais actuais.

É uma promessa.

J.

Safaris... para quê?


14/Nov/2007 10:18

(Será que tenho 5 minutos de sossego para escrever isto?...)

Não, não estou a falar da bebida, apesar do anúncio que dava há uns tempos na televisão até ser algo sugestivo - excepto a parte em que a menina estragava as calças de ganga ao galã com as suas garras... enfim, não se pode ter tudo...


Há uns tempos, numa daquelas conversas de bom tom, em que toda a gente leiloa as suas experiências de férias (digo leiloar porque, a cada lance de destino turístico, logo aperece um itinerário mais exótico, distante ou, presumivelmente, mais dispendioso).


Numa dessas conversas, uma senhora, que trabalha no mesmo local que eu, gabava-se das férias da sua vida: um safari no Quénia!!!


Dizia ela que tinha sido uma aventura fabulosa: ver as feras tão perto de nós, a ponto de se conseguir sentir-lhes o odor ou ver a saliva a correr, e a sensação da adrenalina a subir perante o risco iminente de sermos emboscados por aqueles animais famintos, apenas preocupados com a sobrevivência, era um espectáculo inigualável.


A passagem pelas aldeias Quenianas também havia, de algum modo, deixado marcas nesta colega: a miséria, a falta de recursos, de higiene, de cuidados mais elementares, as pessoas mal vestidas, os pedintes, enfim, uma panóplia de misérias que a nossa heroína havia insistido em testemunhar, apesar de não fazer parte do programa turístico previamente definido.


Com o mau feitio genético que tenho, consegui como é meu hábito, ser rude, mal-educado e impertinente de uma vez só e disse, em tom de interrogação e desafio à colega:


E para ver isso tudo foi preciso gastar uma pipa de massa, apanhar não sei quantas vacinas e viajar milhares de quilómetros?


E o Inferno aqui tão perto...

Diria que o meu local de trabalho acaba por ser uma excelente opção de férias, já que congrega, a baixo custo (pelo menos, economicamente falando) todos os desafios e emoções de um Safari num qualquer canto remoto do mundo e com a vantagem adicional de se poder circular a pé!

Duvidam? Então, acompanhem-me:

Membros de gangs - assumidos ou não -, indivíduos ligados à marginalidade da mais diversa natureza, alguns apenas direi que a higiene não está no top ten das suas preocupações (talvez nem no top twenty...), outros salivam quando veem uma rapariga passar; outros aparecem com uma indumentária digna de um arrumador de carros no ponto mais baixo da sua subsistência ocupacional e, quanto a emboscadas estamos conversados: não são poucos os jovens vítimas de agressões ou assaltos mal saem das nossas instalações!


E deixo-vos ainda uma vantagem adicional: este Safari não tem programa definido milimetricamente... vai-se alterando a cada minuto e dura todo o ano!


Não vendemos postais, mas vamos recolhendo alguns artefactos dignos de interesse; o senhor turista faça o favor de vir até cá dar uma olhadela... sem compromisso.


Deixo-vos um desafio, se realmente procuram emoções fortes: se olharem com atenção em vosso redor, verão que de há uns anos a esta parte, o que há mais por aí são safaris... agora escolham o vosso... e carreguem a espingarda.

Beijos e abraços do vosso

J.

Feliz Ano Novo? Mas "Feliz" porquê?!

14/Jan/2008 10:11

Prefiro antes dizer aos meus amigos "Que o novo ano te traga tudo o que desejas"; aos que não são meus amigos fico-me por um "Que o novo ano te traga tudo aquilo que MERECES...".

Este ano (passado) fiz greve ao envio de sms e mensagenzinhas de feliz ano novo. Não vejo nenhuma razão evidentente para terminar / começar um ano a fazer a felicidade da TMN ou dos seus accionistas, que de resto, nem conheço de lado nenhum...

Em vez disso, a par e passo, vou cumprimentando aqueles que REALMENTE me dizem alguma coisa à medida que os vou encontrando: é personalizado e é genuíno.

Além disso, este 2008 ainda está aí para durar muito tempo por isso, oportunidades não vão faltar e, como já deu para perceber, vamos precisar de todos os votos de felicidades e de boa sorte que pudermos recolher!

"Feliz Ano Novo"... mas ainda há alguém que acredita verdadeiramente na intenção deste desejo ou, melhor ainda, nos seus efeitos benéficos?

Para já, esclareçam-me: o que é que mudou assim tão significativamente entre as 23:59:59 de 31/12/2007 e, por exemplo, as 8:00:00 de 1/01/2008?

Eu respondo: Um dia desgraçado para as urgências hospitalares, com a habitual quantidade de bêbados e comatosos (derivados do alcool) que entopem os serviços; as más notícias para muitas famílias que ficam entretanto a saber que têm familiares seus no hospital ou, pior ainda, na morgue, graças aos acidentes do costume; a felicidade (contida) da esmagadora maioria dos sectores de actividade do país, que se preparam para fazer incidir aumentos em bens e serviços; o sentimento de angústia por me encontrar na véspera de regressar ao serviço, enfim... tante cose...

Ainda bem que só hoje tive tempo de escrever isto... imaginem se calho a tentar no dia 2/1... tinham que colocar um selo com o símbolo da radioactividade no meu diário!

(Mas quem é que eu quero enganar? Isto é um desabafo meu para comigo: é óbvio que ninguyém lê isto...).

Um abraço, com votos de que façam por merecer um bom ano,

J.

Se cruzar o caminho de um gato preto...


28/Jan/2008 10:03

... o azar será, seguramente, todo dele!

Acho que estou com espírito de 2ª feira...

Estava aqui a pensar que estas duas últimas semanas de serviço têm sido particularmente trabalhosas (ía a dizer difíceis) e em alguns dias parece ficar a ideia de uma aura negativa que me persegue desde que me levanto até que me deito.

Nessas alturas, em que há contrariedades de todos os tamanhos e feitios, as coisas parecem ter uma lógica para sucederem, fazendo o dia ir de mal a pior.

É o que eu chamo de dia de azar: Deus existe, Deus conhece-me...

... e Deus detesta-me!

Mas não, não é verdade: é tudo uma questão de fazer um esforço adicional e rasgar, a muito custo, um sorriso. Se o conseguir fazer, as coisas demorarão bem mais tempo a correr mal.

Quem trabalha com pessoas como eu trabalho (bem, alguns, só depois de me apresentarem provas irrefutáveis é que acredito que são mesmo seres humanos...), não pode deixar-se levar pelo acaso e por em causa a sua forma de trabalhar.

Talvez eu hoje esteja a tentar motivar-me, já que antecipo um dia complicado mas, a realidade é esta: tenho que passar por cima desta "aura nergativa" e fazer o meu trabalho o melhor possível.

Vou pensar positivo: vou pensar na quantidade de mulheres bonitas que vou ver hoje!

Vou pensar que seria bem pior estar em casa sem fazer nada (bem... e daí...).

Vou antes pensar aquilo que normalmente digo nos dias "bons":

" Todos os dias há uma surpresa à espera de ser descoberta..." (Agradável, não é?)

E vou pensar que alguém, algures acaba por ler isto e que vê alguma utilidade neste desabafo.

Quem sabe? Até pode ser alguma mulher incrivelmente bonita, fantástica, interessante e rica...

Não sei se já vos disse o meu número de telemóvel: é o 9...

Tenham uma boa semana!

J.