quarta-feira, 25 de junho de 2008

A Suiça não nos ganhou só por dois zero...


Aliás, por este andar, em breve vamos começar a perder com a Turquia e, mais tarde, com a Roménia.

Mas que falta de maneiras! Boa tarde, antes de mais nada.

Situação 1: Vinha hoje de manhã, pela Estrada Nacional (o que é nacional é bom), quase a chegar a Setúbal, quando, junto às bombas da BP, fico quase dez minutos parado, à espera que a retro-escavadora faça mais uma pausa no sulco que está a abrir na estrada, para todos nós também podermos ir trabalhar. Eram 8h40 da manhã.

Situação 2: Estava a colocar-me na fila para a pesagem de frutas e legumes no Jumbo de Almada, quando, no exacto instante em que me coloco no meu lugar, uma mulher (senhora seria dizer muito) sorrateira e descaradamente se põe na diagonal da fila, para me passar à frente. Assim, sem espinhas!

Situação 3: Uma criança foi atropelada mortalmente, na passada 6ª feira, à noite, próximo do cruzamento de semáforos de Vendas de Azeitão. Registe-se o facto de a criança ter sido atropelada a escassos 20 metros de distância do referido cruzamento. Ao menos, o assassino imobilizou-se até as autoridades chegarem. Mas é um "ao menos" amargo...

(Tomara já criar um blog para falar sobre sexo...).

Que gente é esta?!


Na Suiça (já perceberam a ideia, não é?...), sempre que há uma intervenção que obrigue a obras públicas que causem natural transtorno aos cidadãos, é realizada uma reunião e contactos prévios com diversos organismos que possam estar potencialmente interessados em participar no processo, dada a oportunidade.

Isto é: Se vamos abrir um buraco para fazer mudança de condutas de gás, talvez a empresa fornecedora de electricidade queira aproveitar para mudar a sua cablagem e outro tanto a empresa fornecedora de água, as telecomunicações, etc. Se uma determinada empresa diz que não precisa de participar na intervenção e mais tarde vai para lá fazer obras é penalizada significativamente pelo Estado!

Os trabalhos são céleres (para causar o mínimo de incómodo ao cidadão-contribuinte) e de um modo geral, respeitam o caderno de encargos e o prazo previamente definido... e em muitos casos são executados por Portugueses!!!

Na Holanda (que poderíamos ter encontrado na final do Europeu), se um automobilista inadvertidamente provoca um choque com um ciclista ou este último atropela um transeunte, entre um pedido de desculpas e até um eventual gracejo pelo disparate da situação, o problema fica resolvido e cada um segue o seu caminho (tal e qual como cá...).

(Não é sempre assim, como é evidente. Mas ainda assim, dá que pensar.).

Um investigador Finlandês, especialista em prevenção rodoviária, disse, há uns anos atrás, num Seminário no nosso país, que os portugueses conduziam "... como ladrões de automóveis."

Mas o que é que ele percebe disso? Vem lá de um país que nem sequer se apurou para o Euro 2008...

Quando é que nos decidimos a mudar? Os Suiços não são melhores que nós. Aliás, não há nenhuma razão evidente para seja quem for, ser melhor que nós!

Nós somos uma das nações mais antigas do Mundo; devíamos ser nós a servir de exemplo, de vanguarda, para os outros nos seguirem. Ao invés disso, entre Fátima, Futebol e Fado e entre Insulto, Ignorância e Intransigência, vamos culpando todos os outros pelo nosso fracasso sistemático e galopante como nação portuguesa e europeia.

É a vida, como dizia o outro...

A culpa é do Governo - um qualquer! Deste do próximo e dos outros todos!

Antes da culpa ser do Governo, era da Ditadura. E antes disso, era da Monarquia.

E no limite, se o outro não tivesse dado um estalo à mãe, não tínhamos passado por isto...

E que tal envergarmos a bandeira de Portugal todos os dias?

Eu sou Português todos os dias e sinto-me português sempre que:

- Sou inteligente na abordagem a uma situação ou na resolução de um problema;

- Uso de urbanidade na relação com o meu interlocutor;

- Sou bom naquilo que faço;

- Sou honesto e trabalhador;

- Sou bem-disposto e brincalhão;

- Etc.;

- Etc.;

E no final da lista, lá bem no finzinho, talvez apareça algo relacionado com futebol e golos e qualificações...

Uma última nota (que estou quase a terminar a hora de almoço): A Selecção alemã descansou menos cinco dias que a nossa, teve paciência, calma, habilidade e muita capacidade de sacrifício... durante 93 minutos! Nós jogámos futebol a sério durante cerca de 55 minutos...

E quem nos dera que esta clivagem só se verificasse no futebol...


Fiquem bem,

J.













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